Espelhando-se no seu aliado de primeira hora, o governador Eduardo Riedel — que recentemente mostrou o facão aos colaboradores estaduais — o prefeito Marçal Filho resolveu vestir a mesma carapuça da austeridade. Editou o Decreto impondo medidas de contenção de despesas e controle orçamentário na Prefeitura de Dourados.
O texto oficial fala em equilíbrio fiscal, responsabilidade na gestão e Lei de Responsabilidade Fiscal. O prefeito jura que não é por prazer, mas por necessidade: a arrecadação despenca, o tarifaço de Trump aperta a economia do Estado exportador de carnes, e o caixa da prefeitura já dá sinais de anemia.
No pacote, o de sempre: congelamento de contratações, suspensão de cargos e diárias, corte em gratificações, restrição de serviços extraordinários, contenção de combustíveis, água, energia e terceirizações. Em outras palavras: apertem os cintos porque a farra acabou — até para os mais próximos do gabinete.
O decreto ecoa a mesma cantilena do governo estadual: reduzir despesas em 25%, racionalizar contratos e cobrar relatórios detalhados de cada secretaria. Até setembro, todos os órgãos terão de apresentar planos de reprogramação e, se não obedecerem à cartilha, Fazenda e Governo assumem a tesoura.
Marçal Filho diz esperar que “a crise seja passageira” e que, em breve, tudo volte à normalidade. Enquanto isso, a ordem é gastar menos, torcer para que o tarifaço dê uma trégua e administrar a escassez como se fosse virtude.
