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segunda-feira, dezembro 29, 2025

CPI elege Eliziane Gama, aliada de Flávio Dino, como relatora; deputado do União será presidente

CPMI foi instalada hoje no Congresso para investigar a tentativa de golpe em Brasília, em 8 de janeiro

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Passados 137 dias dos ataques aos prédios dos Três Poderes em Brasília, a Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) do 8 de janeiro foi instalada nessa quinta-feira (25) no Congresso Nacional. No desenho final, a CPI será presidida por Arthur Maia (União-BA), nome de confiança do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), designado pelo centrão para essa missão desde o primeiro momento. A relatoria ficou nas mãos da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), governista, próxima ao ministro da Justiça, Flávio Dino.

O início dos trabalhos acontece após idas e vindas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No começo, a base era contra a investigação, mas mudou de ideia após a divulgação de imagens do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional general Gonçalves Dias circulando pelo Palácio do Planalto no dia da tentativa de golpe.

Composição da mesa da CPMI do 8 de janeiro:

  • Arthur Maia – presidente
  • Cid Gomes – primeiro vice-presidente
  • Magno Malta – segundo vice-presidente
  • Eliziane Gama – relatora

Ao assumir a função, Arthur Maia disse vir de um partido independente, apesar do União ter o comando de três ministérios.

— É um momento da mais extrema importância para o Congresso Nacional e cada um dos membros temos de fazer uma investigação do que de fato aconteceu no dia 8 de janeiro. Essa comissão estará prestando um serviço à democracia — disse Maia.

Maia e a relatora querem apresentar um plano de trabalho na próxima reunião e a ideia é que as sessões da CPI ocorram às quintas-feiras pela manhã.

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) questionou a indicação de Eliziane pela proximidade com Dino, já que ele deverá ser um dos alvos da oposição nessa CPMI. O questionamento provocou o primeiro embate da CPMI.

Apesar de Eliziane ser uma boa opção para o governo, ela não foi a primeira escolha. O Palácio trabalhava a indicação, em um primeiro momento de Renan Calheiros (MDB-AL), próximo de Lula, porém antagonista de Lira. Em paralelo, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) também era cotado. Nenhum dos dois emedebistas, no entanto, quis fazer parte da CPMI. Interlocutores afirmam que eles não viam uma estratégia bem definida pelo governo para enfrentar o colegiado.

Havia um acordo entre os governistas para evitar a participação do autor do requerimento de criação da CPMI, deputado André Fernandes (PL-CE), no comando da CPMI que era o de designar o senador Magno Malta (Republicanos-ES) para um cargo de segundo vice-presidente. O senador Esperidião Amim (PP-PR), no entanto, questionou que esse cargo não existe regimentalmente e o plano foi descartado temporariamente.

Com a instalação do colegiado, o governo pretende usar a CPI dos Ataques Golpistas para atingir o ex-auxiliar de Jair Bolsonaro, Anderson Torres para emparedar o ex-presidente e tomar as rédeas da investigação.

Além de ser suspeito de usar a máquina pública para interferir no resultado do pleito, com o planejamento de barreiras policiais para atrapalhar a locomoção ou impedir eleitores de votar em Luiz Inácio Lula da Silva, Torres é investigado por ter sido conivente com os ataques às sedes dos três Poderes. No dia 8 de janeiro, ele estava à frente da Secretaria de Segurança do Distrito Federal, mas encontrava-se nos Estados Unidos, onde tirava férias. Em sua casa também foi encontrada uma minuta golpista que previa a intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Já a oposição no colegiado deve ser liderada pelo deputado delegado Alexandre Ramagem (PL-RJ) e pelos filhos de Bolsonaro, senador Flavio (PL-RJ) e deputado Eduardo (PL-SP), ambos como suplentes na comissão.

A intenção dos parlamentares bolsonaristas é tentar emplacar a narrativa de que o governo Lula foi omisso nas vésperas e no dia da tentativa do golpe. Um documento produzido pelo Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) na época deve permear os trabalhos da oposição.

Camila Turtelli/O Globo — Brasília

Quem são os participantes da CPI do 8 de janeiro:

Senadores

  • Ana Paula Lobato (PSB-MA)
  • Cid Gomes (PDT-CE)
  • Damares Alves (Republicanos-DF)
  • Davi Alcolumbre (União-AP)
  • Eduardo Girão (Novo-CE)
  • Eliziane Gama (PSD-MA)
  • Esperidião Amin (PP-SC)
  • Fabiano Contarato (PT-ES)
  • Magno Malta (PL-ES)
  • Marcelo Castro (MDB-PI)
  • Marcos do Val (Podemos-ES)
  • Omar Aziz (PSD-AM)
  • Otto Alencar (PSD-BA)
  • Rogério Carvalho (PT-SE)
  • Soraya Thronicke (União-MS)
  • Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB)

Deputados

  • Aluisio Mendes (Republicanos-MA)
  • Amanda Gentil (PP-MA)
  • André Fernandes (PL-CE)
  • Arthur Maia (União-BA)
  • Carlos Sampaio (PSDB-SP)
  • Delegado Ramagem (PL-RJ)
  • Duarte (PSB-MA)
  • Duda Salabert (PDT-MG)
  • Erika Hilton (PSOL-SP)
  • Filipe Barros (PL-PR)
  • Jandira Feghali (PCdoB-RJ)
  • Paulo Magalhães (PSD-BA)
  • Rafael Brito (MDB-AL)
  • Rodrigo Gambale (Podemos-SP)
  • Rogério Correia (PT-MG)
  • Rubens Pereira Júnior (PT-MA)

Senadores suplentes

  • Angelo Coronel (PSD-BA)
  • Augusta Brito (PT-CE)
  • Cleitinho (Republicanos-MG)
  • Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
  • Giordano (MDB-SP)
  • Irajá (PSD-TO)
  • Izalci Lucas (PSDB-DF)
  • Jorge Kajuru (PSB-GO)
  • Jorge Seif (PL-SC)
  • Luis Carlos Heinze (PP-RS)
  • Professora Dorinha Seabra (União-TO)
  • Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP)
  • Sergio Moro (União-PR)
  • Styvenson Valentim (Podemos-RN)
  • Zenaide Maia (PSD-RN)

Deputados suplentes

  • Aliel Machado (PV-PR)
  • Any Ortiz (Cidadania-RS)
  • Carlos Veras (PT-PE)
  • Delegada Adriana Accorsi (PT-GO)
  • Eduardo Bolsonaro (PL-SP)
  • Emanuel Pinheiro Neto (MDB-MT)
  • Evair Vieira de Melo (PP-ES)
  • Felipe Francischini (União-PR)
  • Gervásio Maia (PSB-PB)
  • Josenildo (PDT-AP)
  • Laura Carneiro (PSD-RJ)
  • Marco Feliciano (PL-SP)
  • Mauricio Marcon (Podemos-RS)
  • Nikolas Ferreira (PL-MG)
  • Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ)
  • Roberto Duarte (Republicanos-AC)
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