O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste sábado (25/5) que ficou “nervoso” ao ver o preço do arroz no supermercado durante a semana. Ele comentou a decisão de permitir a importação do grão, após as enchentes no Rio Grande do Sul prejudicarem boa parte da safra e o transporte da parcela já colhida.
O governo tomou uma série de medidas para evitar o desabastecimento, como a importação de um milhão de toneladas do alimento, zerar o imposto de importação e liberar R$ 6,7 bilhões em crédito extraordinário para comprar arroz no exterior.
“Esta semana eu fiquei meio nervoso, porque eu vi o preço do arroz muito caro no supermercado. Eu fiquei um pouco irritado, porque o preço do arroz, no pacote de 5 kg, em um supermercado estava R$ 36. Em outro, estava R$ 33”, discursou Lula durante solenidade para inauguração de duas obras da Via Dutra, em Guarulhos, São Paulo.
O presidente contou que chamou o ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), e o ministro Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária, para discutir as medidas.
“Arroz e feijão são uma coisa que nós, brasileiros, não sabemos e não queremos abrir mão. Por isso, ele tem que estar no preço que o povo mais humilde, trabalhador, possa comprar. Por isso tomamos a decisão de importar um milhão de toneladas de arroz, para que a gente possa equilibrar o preço do arroz nesse pais”, disse ainda Lula.
Especulação aumentou o preço
O chefe do Executivo também citou que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, assinou a redução dos impostos sobre a importação. “Para o arroz chegar aqui mais barato, e a gente garantir que não vai faltar arroz na mesa das crianças, na merenda escolas e, muito menos, na casa das pessoas”, enfatizou.
Apesar de o governo e entidades ligadas aos produtores afirmarem que não há risco de falta do alimento, a especulação por conta da situação no Rio Grande do Sul levou a um aumento médio de 6% nos supermercados, de acordo com um estudo feito pela consultoria Horus.
Victor Correia/Correio Braziliense