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quinta-feira, abril 25, 2024

A Taxa do Lixo para o lixo da corrupção

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25/08/2021 – 09h32

A polêmica aprovação de mais um tributo serviu só para fomentar ainda mais as suspeitas contra o desgoverno Alan Guedes

Alguns amigos e meus filhos, principalmente, não aguentam mais ouvir a história do dia em que, no já longínquo 1985, assisti a um capítulo da novela “Roque Santeiro” dependurado na porta da boleia de um caminhão durante um congestionamento-monstro na saída do Rio, com destino a Guarapari, numa tarde-noite de sexta-feira de carnaval. Lembrei-me disso ontem ao rever o capítulo da mesma novela, agora disponível em streaming, da Globonews, em que o prefeito de Asa Branca, Florindo Abelha (Ary Fontoura) é flagrado pela primeira-dama dona Pombinha (Eloisa Mafalda) se empetecando para um encontro com uma antiga amante, saindo-se da saia justa com a esfarrapada desculpa de que vai a uma reunião no Centro Cívico para discutir a dívida externa brasileira.

Antes que o leitor comece a se perguntar o que tem a ver o c.… com as calças, sem negar minha antiga condição de noveleiro, lembro que o lendário Roque Santeiro é um roteiro quase que obrigatório para alguns políticos de hoje, principalmente pela forma dissimulada como o imortal Dias Gomes e seu grande redator e diretor Agnaldo Silva tratavam da questão da corrupção. Isso, porque o Brasil vivia os famosos anos de chumbo da ditadura, no tempo em que para ser presidente da República precisava ser general de quatro estrelas e que honrasse o verde-oliva, sem, jamais, deixar-se levar por bravatas de subalternos. E o caricato prefeito Abelha é o maior exemplo disso. Um pobre coitado. Não chega a ser corrupto, porque quem dá as ordens na fictícia Asa Branca é o “coronel” Sinhozinho Malta, cujos decretos são determinados pelo número de vezes que chacoalha suas pulseiras de ouro seguidas do famoso bordão “estou certo ou estou errado? “.

Mas, sem spoiler, até porque já cantei a bola no título. E, aclarando o palavrão ali do parágrafo anterior (um simples e antológico monossílabo, mas que todo mundo escreve assim, como se todos não tivéssemos um), tudo a ver: “Farra da publicidade com Taxa de Lixo”. E o leitor há de estar se perguntando: “Mas, como? “. Coisa de jornalista insubordinado? A gente só dá um empurrãozinho, até porque Alan Guedes, egresso do Jaguaribe, já chegou todo enlameado e continuou fazendo m.… na prefeitura. Não, não vou entrar no mérito desse dissílabo. Até porque merda, ops!, quanto mais mexe, mais fede!

É que não aguento mais falar de farra da publicidade, e nada do promotor-xerife de outros tempos Ricardo Rutunno e de seus pares! Já que o assunto é novela, passemos, pois, ao segundo capítulo. Sem spoiler, também, mas dando para avançar um pouquinho na história, já que o modus operandi da farra parece continuar. Farra da Taxa do Lixo para a corrupção. É, a coisa parece que não para! Danou-se! Desde que os critérios de Alan Guedes para a distribuição da verba da comunicação na prefeitura sejam os mesmos adotados na Câmara. Claro que a suspeita não se restringe ao volume de mídia que a prefeitura fez na TV Morena, preparando o terreno para tornar o novo tributo mais palatável à população. É que na TV de seu Zahran o buraco é mais embaixo quando se trata de retornos ou de rachadinhas, embora, pelos altíssimos valores ali investidos, os vinte por cento de comissão de agência já sejam suficientes para um bom rateio. Até porque, a nova Art&Traço, agência que já foi respeitada no estado, agora esconde a sete chaves os nomes dos felizardos integrantes do “consórcio” de apaniguados de Alan Guedes e Alfredo Barbara.

E por que levantar agora essa lebre? Porque eram os vereadores que o prefeito Alan Guedes tinha que convencer a votar a nova Taxa do Lixo, não os eleitores. Para os eleitores, com sua soberba e a de seus já afetados secretários, Guedes está se lixando. Neste caso, não tem como não lembrar as práticas uragânicas, o mensalinhos, até de grana da Saúde, para vereadores, que foram todos parar no xilindró. Mas, por enquanto, fixemo-nos no placar (11×8) do “Parlamento” (assim, entre aspas porque vem aí um texto específico sobre a deturpação do termo no Jaguaribe) e nos não tão convincentes discursos do pessoal da tal base aliada. Que a insubordinada repórter e “insolente” vereadora Lia Nogueira e os demais – cada vez mais indecisos – oposicionistas não atendam ao canto da sereia para não caírem nesse novo conto do vigário. E que Lia Nogueira estenda sua temida investigação da farra da publicidade da câmara à prefeitura, começando por descobrir para quem, além da TV Morena, foi destinada a verba de tanta propaganda para Taxa do Lixo.Se foi, mesmo, parar no lixo dos subordinados da imprensa. É bronca, de novo, na certa!

Como dizia Sinhozinho Malta, hoje copiado pelo colega, também insubordinado, “pau na mula”, jornalista Sérgio Cruz, em suas lives: “estou certo ou estou errado? “.

Prefeito Alan Guedes e presidente da Câmara Laudir Munaretto
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