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terça-feira, abril 23, 2024

O retorno de Murilo

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“Por mim parava com tudo, todo mundo sabe que não preciso disso, mas eles vêm aqui me pedir pra continuar, o André, o Delcídio, o Mandetta e até a Tereza Cristina, todos vieram me visitar depois que voltei (do longo período de internação em São Paulo por causa da Covid); existe um grande projeto por trás de tudo isso”. Palavras do vice-governador Murilo Zauith, ao Contraponto, um dia antes de voltar para São Paulo, só que, desta vez, para passar as festas de fim de ano com a família. Detalhe, sentada ao lado, ouvindo a conversa do marido com o blogueiro, na aconchegante varanda da já famosa casa rosada, Cecília Zauith fez questão de atalhar: “só não veio o Reinaldo”.

Murilo Zauith recebeu o blogueiro como nos velhos tempos, sempre muito cordial, saindo da mesma varanda (onde aguardava pela visita rotineira de sua fisioterapeuta), atravessando um corredor de ligação com a cozinha; de braços abertos e, caminhando, ainda com uma certa dificuldade, mas já sem ajuda de equipamentos (muletas, cadeiras de rodas ou andador), para mostrar que está na ponta dos cascos, ou seja, pronto para o retorno à peleia.

Entrei avisando que a visita era do amigo, não do jornalista, numa alfinetada pela preferência de sua assessoria a outros veículos de comunicação, no que fui prontamente contestado: “você sempre foi de casa, tem toda liberdade, as restrições eram por ordens médicas”. E, depois de falar por mais de uma hora sobre seu calvário, principalmente no hospital Albert Einstein, onde ficou por oito longos meses, dos quais um mês intubado, às vezes pausando a fala, para conter a emoção, tomou a iniciativa de falar de política. “Você diz que não veio falar disso, mas vou te antecipar alguma coisa”, prometendo uma entrevista “para contar tudo” quando retornar da praia.

…vai que saia daí uma alternaiva ao projeto de Azambuja, com Riedel, que patina nas pesquisas

Depois de falar das visitas que recebeu do ex-governador André Puccinelli, do ex-senador Delcídio do Amaral Gomes, do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta e da ministra Tereza Cristina, todos insistindo em sua participação num grande projeto político para o ano que vem, para não dizer que não falou de Reinaldo Azambuja disse que o governador mandou um subalterno da Casa Civil em sua casa para uma visita protocolar. “Como vou recuar diante desses pedidos, além do quê, continuo com minhas responsabilidades como vice-governador”. Nesse ponto, nova interrupção de dona Cecília: “embora o Paulo Correa (presidente da Assembleia) já ande posando de vice”.

A alfinetada de Cecília Zauith não é à toa. Por seu peso no contexto familiar e empresarial, dando a entender que com o “povo” de Azambuja não dá mais. Retomando a prosa, Murilo, que tinha planos de assumir o governo ano que vem, para se candidatar à reeleição, lamentando que mais uma vez Dourados terá que se contentar com um candidato a vice, citando, entre outros, os nomes do deputado Barbosinha e do secretário de Saúde Geraldo Resende, só não dizendo de quem. Deixou escapar que a ministra Tereza Cristina topa encabeçar uma chapa dentro desse espectro por ele colocado, mas que Azambuja não abre mão de lançar o nome de Eduardo Riedel. Daí a possibilidade de uma alternativa, o que passa pelo formato que terá o quadro sucessório com o novo partido saído da junção do seu Democratas com o PSL, o partido com o qual Bolsonaro se elegeu presidente. Nesse ponto a conversa com Zauith é interrompida, pois a fisioterapeuta já avisa que está na hora de dar uma volta no Imaculada – a mesma pista, em torno do Colégio Imaculada Conceição, onde, antes da Covid, Murilo fazia suas caminhadas. Sim, ele voltou a caminhar, e já está conseguindo dar uma volta inteira, sem ajuda.

Como Puccinelli – de quem Zauith foi, também, vice-governador – que lidera as pesquisas, foi o primeiro a visitar o agora vice de Azambuja no pós-Covid, não é de todo impossível que já tenha trazido algumas embalagens com o seu famoso fitoterápico sebo de grilo. Além de ajudar na recuperação das fragilizadas canelas de Zauith, é, segundo receita do cirurgião dr. André, remédio imprescindível para as canelas de quem vai amassar barro atrás de votos nas periferias dos grandes colégios eleitorais. E como Tereza Cristina é o que é hoje no cenário nacional porque aprendeu tudo como secretária do mesmo Puccinelli, com quem Delcídio do Amaral e Henrique Mandetta não teriam dificuldade nenhuma em se entreverar politicamente, vai que saia daí uma alternativa ao projeto de Azambuja com Riedel, que patina nas pesquisas e quem sabe, até, ao do insubordinado Marquinhos Trad, com Zeca do PT fazendo o contraponto com o retorno de Lula.

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