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sexta-feira, março 29, 2024

Por que o PT quer promover a paz entre Lula e Marina Silva

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Tem sido grande a pressão de petistas e marinistas por uma reaproximação entre Luis Inácio Lula da Silva e Marina Silva ainda antes do primeiro turno. Tanto do lado do ex-presidente quanto da ex-ministra tem gente trabalhando para que os dois voltem a conversar.  

Marina está rompida com o PT e Lula desde a eleição de 2014, quando ela foi candidata a presidente e sofreu uma campanha difamatória promovida pelo marketing de Dilma Rousseff. 

Depois disso, Lula e Marina só conversaram rapidamente uma única vez, em 2017, quando ela telefonou para prestar condolências pela morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia. 

Acontece que vem se disseminando no PT o diagnóstico de que o partido tem um vácuo de propostas e de credibilidade na área ambiental, que será crítica não só na campanha mas também num eventual governo Lula. E Marina poderia ajudar a suprir essa lacuna. 

Apesar de concordarem que o país vive uma tragédia ambiental sob o governo Bolsonaro, muitos ambientalistas não esquecem que a usina de Belo Monte, um dos projetos mais problemáticos das últimas décadas, foi construída na gestão de Dilma.

Já Marina continua sendo a principal referência nesse campo, mesmo estando fora do governo há 14 anos. 

Há também outra razão bem concreta: as negociações entre a Rede e o Psol para a formação de uma federação, que, apesar de bem encaminhadas, ainda não estão garantidas.

A federação tem apoio da maior parte da executiva da Rede, mas ainda há resistência, especialmente entre lideranças mais próximas a Marina, que preferiam não apoiar Lula já no primeiro turno. Uma reaproximação entre Lula e Marina poderia ajudar a reduzir as resistências à federação dentro da Rede.

Um outro fator é que a ex-ministra de Lula tem conversado com Ciro Gomes, que já declarou mais de uma vez que gostaria de tê-la em sua chapa. Não convém, portanto, ao PT, deixar Marina se aliar a Ciro sem nem ao mesmo tentar atrai-la.

Mas Marina resiste também em razão da mágoa por 2014: João Santana, marqueteiro de Dilma que elaborou as peças contra ela, hoje está com Ciro.  

No PT, um dos principais defensores da paz entre os dois é Aloizio Mercadante, que vem reunindo contribuições para basear um programa de governo para Lula. Do lado da Rede, o maior cabo eleitoral da reaproximação é o senador pelo Amapá Randolfe Rodrigues.  

Randolfe começou a fazer sua “campanha” na conversa que teve com Lula em São Paulo, no último dia 19, e o ex-presidente deu aval para que ele tente restabelecer a ponte com Marina. 

Desde então, o senador já acionou diversos amigos e aliados dela: o ex-ministro da educação, Cristovam Buarque, a ex-senadora Heloisa Helena e o ambientalista Pedro Ivo Batista, que são porta-vozes da Rede. 

Sondada por eles, Marina  disse apenas que, antes de pensar no que fazer, era preciso saber se Lula queria mesmo essa reaproximação. Segundo ela, Lula precisaria fazer um sinal, um gesto. Que até agora, pelo menos, não aconteceu. 

Malu Gaspar – colunista de O Globo

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