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quinta-feira, abril 18, 2024

Por Azambuja, a faixa vai para Riedel

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O argentino Juan Manoel Fangio reinou por muitos anos como o maioral da Fórmula-1, até que aparecesse o alemão Michael Schumacher e, na sequência, o inglês Lewis Hamilton, para ultrapassá-lo e dividirem as honrarias do sempre tão cobiçado lugar mais alto do pódio. Assim está o quadro político no estado, às vésperas da deflagração do processo sucessório desse ano. Computando-se o primeiro mandato como governador antes da divisão do Mato Grosso, o engenheiro Pedro Pedrossian partiu absoluto, com três mandatos emblemáticos, com todos os sucessores eleitos (Marcelo Miranda, Wilson Martins, Zeca do PT, André Puccinelli e Reinaldo Azambuja) emplacando dois mandatos, sendo que agora Zeca, Puccinelli e Azambuja podem superá-lo. Azambuja, o mais ousado, não apenas em números de mandatos, mas, também, como maior fazedor, como diz o ex-presidente FHC.

Interessante é que com sua obsessão pela candidatura do secretário de Infraestrutura Eduardo Riedel o governador Reinaldo Azambuja vai preparando o terreno para um retorno pelo qual poderá deixar Pedrossian na poeira do Apaporé. É que um pouco mais acima do local onde o lendário governador prometia iniciar a ligação rodoviária do Apa, extremo oeste do Estado, ao Aporé, na divisa com Goiás, Azambuja dá início, efetivamente, a um feito histórico – a tão decantada rota bioceânica – que vai encurtar em cerca de oito mil quilômetros o caminho não apenas paras as Índias, mas para que as regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil, principalmente, possam fazer um negócio da China com toda a Ásia.

Reinaldo joga com André Puccinelli, por força das circunstâncias que os unem, e com Zeca do PT, pelo histórico de pragmatismo…

Tirante as pendências judiciais, a situação do governador Reinaldo Azambuja é pra lá de confortável nesse processo sucessório. Com um governo que deixa no chinelo o do até aqui líder nas pesquisas André Puccinelli, pode, elegendo Riedel seu sucessor, como acredita piamente, ir pescar tranquilamente em seu novo barco. Independentemente do que viesse a acontecer com o governo de seu pupilo, estaria na boa para o retorno daqui a quatro, oi oito, anos, aí, sim, para bater o recorde como o maior obreiro do estado e até podendo se equiparar a Pedrossian também como a maior liderança política, já que esse é um conceito mais subjetivo.  

A rota que leva à eleição de Eduardo Riedel não está ainda bem definida. Azambuja pode, por exemplo, levar para pescar com ele em seu novo barco o também pescador inveterado André Puccinelli. É que além de Junior Mochi, que foi para o sacrifício nas eleições passadas, poucos são os emedebistas que levam a sério as novas bravatas do italiano, com seu raso discurso de “ficha limpa” e de que “o estado precisa voltar a crescer”. No intramuros da sucessão é certo que Puccinelli não vê a hora de se sentar com o antecessor para, juntos, planejarem a pescaria de 2023, desde que asseguradas algumas sinecuras a companheiros que não aguentariam ficar no sereno, como a “presidenciável” Simone Tebet e seu marido Eduardo Rocha, que, mais espertos, aliás, já atalharam o caminho e se acertaram com Azambuja; além do fanfarão Carlos Marun e do ex-senador Waldemir Moca. Como o Pantanal é o destino, por que não apoitar o bote no um dia famoso Estrela Vermelha, onde Zeca do PT costumava tomar altas biritas com Lula da Silva? Pensa, o senador, ou o governador Zeca do PT, de novo como anfitrião. Sim, porque não seria de todo descartado um retorno do petista também com um empurrãozinho de Azambuja, no caso, claro, de um naufrágio da candidatura oficial, mas ante o triunfo iminente de Lula como sucessor de Bolsonaro.

A zona de conforto é tão grande que nem uma eventual “ingratidão” do já conhecido “insubordinado” Marquinhos Trad – reeleito prefeito de Campo Grande com sua providencial ajuda – preocupa Reinaldo Azambuja. Por enquanto, o governador estaria apostando na assertiva da famosa frase atribuída ao senador mineiro Magalhães Pinto, a da nuvem, que a cada olhada para o céu aparece de um jeito. Exatamente porque neste caso é que pode morar o perigo, que Reinaldo joga com André Puccinelli, por força das circunstâncias que os unem, e com Zeca do PT, pelo histórico de pragmatismo e porque o petista não entraria na lista dos mais ingratos entre os companheiros.  

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