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terça-feira, abril 23, 2024

‘Se não evitar o populismo, o Brasil está perdido’, diz Felipe D’Ávila, pré-candidato do Novo à Presidência

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Pré-candidato do Novo à Presidência da República, o cientista político Felipe D’Ávila aposta que haverá uma redução no número de candidatos da terceira via até a eleição. Como forma de incentivar a discussão de propostas, o pré-candidato diz querer viabilizar debates de propostas com Sergio Moro (Podemos) e Simonte Tebet (MDB) pelo país. Ex-aliado de Geraldo Alckmin, D’Ávila considera surpreendente a aproximação do ex-governador com o petista Luiz Inácio Lula da Silva.

Com o voto em Lula e Bolsonaro bastante consolidado, por que um novato resolve entrar numa disputa que parece difícil?

Se o Brasil não se livrar do populismo, de direita e de esquerda, estamos perdidos. Vamos continuar com estagnação econômica, recorde de desemprego, baixo investimento. Não dá para ficar assistindo. Precisamos fazer alguma coisa, participar do jogo, expor ideias e ver se quebra a polarização. As pesquisas retratam essa posição meio consolidada de Lula e Bolsonaro, mas acho que quando se pergunta hoje em quem a população votaria, o olho está no retrovisor. É o nome que vem à cabeça. Andando pelo Brasil, conversando com as pessoas, vejo elas cansadas da polarização, querendo alguém com perfil para pacificar o país.

A terceira via precisa se unir?

Primeiro, as pré-candidaturas não podem ser tratadas como candidaturas. Estão testando nomes. Muitos não estarão nas urnas. É preciso ter paciência. E isso é uma combinação de propostas com os projetos políticos. Ao meu ver, vamos ter o menor número de candidatos das últimas três eleições. Vamos ter em torno de cinco a seis nomes.

E o senhor vai ser um desses nomes da terceira via?

Acho que todo mundo da terceira via tem que ter a disposição de dialogar, mas hoje eu vejo a minha candidatura indo até o fim. O Novo já deixou muito claro o que nós vamos negociar e o que não vamos. A abertura econômica, a inserção do Brasil na economia global, a questão das privatizações pra nós são importantes. Também a questão do meio ambiente, com uma pauta essencial em busca de um Brasil com carbono neutro. Isso vai ser fundamental para retomada do investimento, da renda e do emprego.

De que forma o senhor tem trabalhado pela união da terceira via?

Tenho conversado com a Simone Tebet e com o Sergio Moro. Sugeri que nós fizéssemos rodas de conversas pelo Brasil sobre temas específicos. Isso mostra que a terceira está conversando, está debatendo e tentando forjar propostas onde há convergência para ver se é possível, mais à frente, fazer uma aliança. O João Doria disse que só quer começar a conversar depois da desincompatibilização.

Outros candidatos, como Moro e Doria, também têm defendido privatização. O que difere a sua pré-candidatura?

Em relação às privatizações estamos de acordo. Agora e a abertura da economia? Não sei (o que pensam), nós vamos fazer uma abertura unilateral da economia brasileira em quatro anos. É a única forma de o Brasil voltar a crescer. Nenhum país ficou rico com economia fechada. E outra questão é a do meio ambiente. Não vi nenhum candidato agora falar claramente qual é a sua política ambiental.

Como lidaria com o Congresso tendo uma base pequena?

O governador (de Minas) Romeu Zema (Novo) tem dois deputados na Assembleia e conseguiu fazer as reformas estruturais do estado, equilibrar o orçamento, atrair investimento, melhorar a educação. Por que conseguiu ? Por causa da habilidade de um governante que tem prioridades claras e a capacidade de dialogar. É isso que precisamos.

Por que o Novo viveu tantas brigas e disputas internas?

Apesar das brigas, o resultado das votações do Novo no Congresso Nacional são absolutamente coerentes com os princípios e valores do partido. Fez uma oposição responsável ao governo Bolsonaro. Votamos com o governo em todos os projetos de interesse do país, que votaríamos mesmo se fosse o Lula. Por exemplo, reforma da Previdência, marco do saneamento.

Como convencer a população mais pobre a embarcar nesse discurso liberal?

É mostrar para as pessoas que com o preço do telefone celular daria para comprar dois lá fora se não tivesse reserva de mercado. A reserva de mercado faz com que você tenha o gás mais caro do mundo, o computador mais caro do mundo. Precisamos de competição.

O senhor coordenou o programa de governo do Geraldo Alckmin em 2018. Como vê a aproximação dele com o Lula agora?

É surpreendente. A vida inteira o Alckmin foi uma liderança do PSDB, um partido que defendeu reformas do Estado, abertura, e privatização. E o PT sempre foi contra todas as reformas modernizadoras. É realmente surpreendente ele se aproximar de um antigo adversário. (Sérgio Roxo/O Globo).

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