29.9 C
Dourados
quinta-feira, março 28, 2024

Não, Alan, não é por aí!

- Publicidade -

A foto que ilustra este texto, do prefeito de Ivinhema Juliano Barros Donato, o Juliano Ferro, autointitulado “o prefeito mais doido do Brasil”, gerou outro dia uma interminável discussão sobre o estilo de administrar de Alan Guedes. Numa conversa de padaria, um cupincha do vice-governador Murilo Zauith ironizou dizendo que “é um desses que Dourados está precisando”, ao que um assessor do prefeito douradense rebateu, justificando que “o Alan nunca sai do gabinete antes das 14 horas para almoçar”. Era o que eu precisava para entrar na prosa, depois de um longo período de afastamento desse tipo de moagem.

Comecei lembrando a afoiteza do prefeito José Elias Moreira. O filho de seu Quinzito, além de nunca esperar até as 14 horas para tomar o primeiro aperitivo do dia antes de se atracar numa costela assada – o que fazia rotineiramente, e sempre rodeado de convidados, na churrascaria Everest – também não gostava de ficar no gabinete após às 17 horas, o que só acontecia quando “segurado” pelo assessor jurídico João Beltran, que sempre fechava o expediente com um calhamaço de documentos, que Zé Elias assinava, sem ler, com a advertência de que se fosse para a cadeia Beltran iria junto. O último despacho do dia era sempre com o chefe do Departamento de Estradas de Rodagens, Adão Sacadura, mas, aí, já na Cantina da Mama, até que o assessor de imprensa Isaac de Barros chegasse com o briefing do dia, mas coisa rápida, pois o próprio Isaquinho se encarregava de fechar o dia cantando, entre outras polcas e guarânias, a infalível “Mercedita”, para agradar ao chefe.  

Foi nesse clima de cordialidade, mas otimizando o tempo na hora do expediente, que Zé Elias marcou época, sendo considerado até hoje o melhor prefeito da terra de seu Marcelino. Diferente dele, seu sucessor, Luiz Antônio Álvares Gonçalves, nunca tinha tempo sequer para o quebra-torto matinal; um rápido lanchinho no almoço e, jantar, só quando chegava a madrugada, pois sua rotina no gabinete incluía despachos noturnos com o secretariado. Era detalhista e queria saber tudo, tim-tim por tim-tim, para desespero de seu secretário de Obras, Valdemir Vasconcelos, até como seria a posição da janela do banheiro de uma escola em relação ao astro rei.

Chega de doidos na prefeitura, ainda mais de um doido fake como esse de Ivinhema

Veio Braz Melo. No primeiro mandato, outro fenômeno administrativo, até por obrigação, pelo tanto que sua eleição foi questionada por conta dos salvadores 41 votos de diferença (contra Zé Elias) da famosa urna 185 do Colégio Tancredo Neves. Braz não era prefeito de gabinete, não suportava conversa esticada e para evitar perda de tempo costumava pôr intrusos, autoridades e empresários num camburão, que ele mesmo dirigia, para visitar suas obras, até porque, elas abundavam. Sempre começando, claro, por seu “xodozinho” – a canalização do córrego Rego d´Água, saindo da feira livre à época na rua Cuiabá.  

Da mesma forma Ari Artuzi. E não foi à toa que o desastrado prefeito se transformou em fenômeno eleitoral, este sim “doido”, tanto que só era chamado de animal do pêlo curto por André Puccinelli. Gabinete? O Valdecir era avesso a esse ambiente! Simplório, não levava jeito para a coisa. Tal qual Braz Melo, despachava de dentro do carro, também por ele dirigido, com buzinaços por onde passava. Aonde chegava era uma festa. Tinha uma energia forte, enfim, o tal do carisma. Não teve tempo de mostrar a que veio, por conta das operações policiais que – óbvio ululante! – devastaram sua administração, a mais famosa delas a Uragano, quando ele foi preso com quase todo o secretariado, levando de roldão empresários poderosos e toda a câmara municipal à exceção de Délia Razuk.

Como o assunto é estilo diferenciado e doideiras administrativas não seria o caso de questionar aqueles que estiveram dentro da normalidade como Laerte Tetila, Murilo Zauith e Délia Razuk, embora todos, até agora, andem tendo problemas com seus respectivos CPF’s. Dona Délia, principalmente, por muito pouco não tendo o mesmo destino de Artuzi, mas aí a questão não sendo de loucura, mas excesso de expertise de seu entorno, alguns indo, também, para o xilindró, outros anoitecendo e não amanhecendo na cidade.

Por justiça e para que a história seja respeitada, esse tal Juliano Ferro que tome tento, até porque parece que as capivaras de sua administração já começaram a se assanhar às margens dos rios Ivinhema e Piravevê. Independente das “loucuras” que haja cometido, a ponto de a Justiça precisar bloquear suas contas bancárias, para que com ferro não seja ferido, que comece a se explicar, que pare com essa demagogia barata, até porque não leva jeito para a coisa, para não ser, aí sim, acusado e processado por plágio. Sim, porque além de Ari Valdecir Arzuti outro prefeito doido, juramentado, fez história antes dele, Luiz Gonzaga Prata Braga, que veio parar em Maracaju por um engano, por um erro de digitação dos teletipos dos Correios, quando de sua transferência da empresa em que trabalhava em São Paulo seria para Aracaju. Seu slogan na prefeitura: “administrando com loucura”. Nos caminhões de lixo, o reclame: “suje para que possamos trabalhar – e o tempo é de loucura! ”. Só podia ser obra dele, claro, a ideia, e a construção, do estádio “Loucão”.

Não. Não é “um desses” que Dourados precisa. Chega de doidos na prefeitura, ainda mais de um doido fake como esse de Ivinhema. Dourados já sofreu demais com tantas “loucuras”. Pior, com gente sonsa, e é aí que mora o perigo. Que Alan Guedes fique menos no gabinete, que respeite seu sagrado horário de almoço, mas que tenha tempo para amassar barro na periferia, até para sentir os solavancos em sua viatura dos buracos herdados das administrações anteriores (tem asfalto esburacado dos tempos de Zé Elias, como os da Vila Maxwell), que vá, enfim, até a Vila Querosene, para sentir o cheiro do povo. Ainda dá tempo.  

- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -

Últimas Notícias

Últimas Notícias

- Publicidade-