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terça-feira, abril 16, 2024

Azambuja manda Murilo sair da toca

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“Saia da toca, venha comigo para o trecho, vamos inaugurar obras, o ‘seu Aquário, inclusive’; muito mais fácil pra mim passar o governo agora a você, aí depois, em janeiro, você empossa o Riedel”. Em tempos de guerra, uma frase como essa seria vista como um aceno à paz de Reinaldo Azambuja a Murilo Zauith. O governador declarou guerra ao vice ao demiti-lo da poderosa secretaria de Infraestrutura, por conta dos mísseis dali disparados pela guerrilha murilista em direção à governadoria, numa tentativa atalhar o caminho nesse sentido, iniciado no poder judiciário. E a frase inicial toda aí, entre aspas, é inspirada no desejo de que, assim como a guerra entre Rússia e Ucrânia, que começou, de verdade, essa semana, não passe de uma “bravata” de Vladimir Putin só para dar um susto no Ocidente, também Azambuja e Zauith entrem num acordo para que a Grande Dourados não acabe pagando o pato.

Guerra – Embora não tenha sido de forma tão impositiva, houve, sim, uma manifestação de Azambuja para que Zauith volte à ativa. Elementar, até porque ele é o vice-governador. Não mandando, como afirmado no título, até porque para mandar em Murilo só dona Cecília Grinberg, e olhe lá! Ele apenas sugeriu a seu vice para “sair da toca”. Em seu estilo discreto de ser, o governador deu uma topada com seu vice durante a cerimônia de posse de novos desembargadores do Tribunal de Justiça. Aí, de supetão, num constrangimento daqueles, a contragosto ou não, saiu o convite. Mas foi só: “Saia da toca”, sem tempo nem para olhares mais lânguidos, nesses dias de paquera política que antecedem as grandes decisões para as eleições de novembro próximo.

Paz – Outra pista de que alguma coisa mudou nessa guerra entre Reinaldo Azambuja e Murilo Zauith. O presidente da Sanesul, Waltinho Carneiro, deverá disputar uma vaga na Câmara dos Deputados pelo PP, o partido do prefeito Alan Guedes, que em Mato Grosso do Sul será comandado pela ministra Tereza Cristina. Detalhe: Waltinho vai para o PP por “sugestão” de seu padrinho político Zauith, mas de quem andava afastado, por conta das escaramuças entre seus chefes políticos.

Azambuja manda Murilo sair da toca
Waltinho Carneiro, com Geraldo Resende e Beto Pereira, no distrito de Bocajá, em Douradina

Retorno ameaçado – Nessa confusão toda, uma das poucas certezas que se tinha até agora, para as eleições deste ano, era um retorno tranquilo do secretário de Saúde do Estado, Geraldo Resende, à Câmara dos Deputados, depois do tropeço nas eleições passadas, quando tentava seu quinto mandato consecutivo, ficando “apenas” com a primeira suplência. A princípio com um estradão aberto à sua frente, pela superexposição na mídia por conta da Covid, Geraldo parece agora começar a ver algumas pedras em seu caminho. A maior delas, pelo jeito, Waltinho Carneiro, a quem anda “aconselhando” a desistir da disputa. Nesse encontro aí da foto, em Douradina, essa semana, chegou a pedir ao colega tucano Beto Pereira para ajudar a convencer Waltinho de que o melhor para ele é continuar na Sanesul.

Coraçãozinho – Enquanto murilistas de segundo-escalão ainda sonham com uma reconciliação entre Azambuja e seu vice, voltando a alimentar o “avanço”, como dizem, ao governo a partir de abril, mais calejado, o guru José Jorge Leite Filho, o Zito, resolveu fazer o contraponto. Aconteça o que acontecer ele diz ser André Puccinelli desde criancinha e já foi até visto na banca de um raizeiro na Feira-Livre de Dourados atrás do milagroso sebo de grilo para passar nas canelas. Quer estar preparado para o embate – “e que venha o Riedel e quem mais quiser” –, prometendo percorrer as linhas e os travessões da Colona Federal – onde o “dr. André” começou na lida política –, revendo seus conterrâneos nordestinos, ansioso pela hora de poder levar na “subaqueira” as cartelas com os botons dos indefectíveis coraçõezinhos – a marca registrada de todas as campanhas eleitorais do ex-governador emedebista.

Tô fora – A propósito deste polêmico personagem da política regional, e para que se acalmem os ânimos no círculo político do prefeito Alan Guedes, de quem também foi guru de campanha, Zito manda avisar a quem interessar possa: não vai, nunca mais, “emprestar seu CPF”; não quer mais oficiais de justiça em sua porta. Com isso, descarta a possibilidade de um retorno à prefeitura, mais propriamente à secretaria de governo, que estaria vacando com a ida de Henrique Sartori para um escritório de representação de Dourados em Brasília.

Doido, pero no mucho – Autointitulado “prefeito mais doido do Brasil”, Juliano Ferro, de Ivinhema, o do “opalão”, aquele, da rifa que deu pano pra manga essa semana, não parece ser tão doido como alardeia. Numa de suas lives mais recentes desancou um deputado, que se deduz seja Renato Câmara, seu visceral adversário político, mas não teve coragem de dizer com quem é a briga. Apontando o dedo para a câmera, pondo e tirando seu chapelão e batendo com a mão na guaiaca, insinuando estar armado, diz-se marcado para morrer. Para fechar seu trololó, ameaçando deixar um dossiê com dez nomes de pessoas que, garante, vão direto para a cadeia no caso de seu desencarne.

Quebrando a banca – Engana-se quem pensa que a liberação do jogo do bicho, bingos e cassinos, aprovada esta semana na Câmara dos Deputados, vai facilitar a vida daqueles que já estão no trecho há anos. Estamos falando de dinastias clandestinas, com seus tentáculos na política, e que, por razões óbvias, preferem deixar tudo como está. Claro que com o know-how adquirido ao longo do tempo dificilmente teriam concorrentes, até porque o jogo é bruto, mas, por via das dúvidas, melhor não ter mais uma dor de cabeça. Ou, de consciência.  

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