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quinta-feira, abril 25, 2024

Waltinho Carneiro: “PP é o endereço de um grande projeto que começa agora”

Ex-presidente da Sanesul, agora pré-candidato a deputado federal, crava o nome de Eduardo Riedel como sucessor de Azambuja

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Guardião do cofre da prefeitura de Dourados durante a austera gestão do prefeito Murilo Zauith, daí para a presidência da Sanesul, onde deixa um legado histórico, com a empresa ranqueada entre as melhores do Brasil e fazendo o Mato Grosso do Sul atingir a universalização no fornecimento água tratada, o advogado Walter Carneiro Júnior, o Waltinho Carneiro, resolveu deixar a condição de executivo para tentar a vida parlamentar, como fez, e bonito, lá atrás, o pai Walter Carneiro, como vereador, depois deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa que deixou saudades.

Waltinho Carneiro sempre se destacou nos bastidores da política estadual, como dirigente partidário e grande articulador, não só por entender tudo de legislação eleitoral, mas principalmente pela facilidade que tem para conversar com políticos de todas as tendências partidárias. Mas, sempre carregando o piano para os outros. Agora é candidato a deputado federal, com uma condição única: o apoio do governador Reinaldo Azambuja e do vice, Murilo Zauith, hoje adversários políticos viscerais.

Como ele conseguiu sobreviver a essa tempestade que abalou o Parque dos Poderes e causou danos talvez irreversíveis na política douradense? Nesta entrevista exclusiva ao ContrapontoMS, com a experiência de quem já “tocou” várias campanhas eleitorais, Waltinho Carneiro dá seu prognóstico sobre as eleições deste ano, dizendo não ter dúvidas da eleição de Eduardo Riedel ao governo do estado.

Como presidente da Sanesul você aguou o terreno político para agora dar este salto, de cara, como candidato a deputado federal. Por seu DNA familiar (filho de Walter Carneiro, ex-presidente da Assembleia) e político (apadrinhado do governador Reinaldo Azambuja e do vice Murilo Zauith) julga-se em condições para assumir o tão reclamado protagonismo político da Grande Dourados?

Eu costumo dizer que quando o agente público é bem avaliado, quando consegue liderar uma boa equipe, dar bons exemplos e resultados efetivos é lembrado automaticamente pelo grupo político a que pertence e por setores da sociedade para postular um cargo eletivo.  É evidente que tem que ter o interesse e a disponibilidade, mas ninguém é candidato de si mesmo, dizer: quero disputar isso ou aquilo.  Como presidente da Sanesul, uma das cinco melhores companhias de saneamento do Brasil, fizemos uma gestão que é reconhecida nacionalmente e escolhida pela Revista IstoÉ Dinheiro e pelo jornal Valor Econômico entre as melhores empresas do país. Particularmente, além de pertencer a uma família que tem história e contribuiu muito para o desenvolvimento do Estado, me sinto preparado, capacitado e maduro para representar não apenas a Grande Dourados, região que tenho um carinho especial por ter nascido lá, mas todo Mato Grosso do Sul na Câmara dos Deputados. Faço parte de um geração que quer a oportunidade de retribuir ao povo do nosso Estado, com trabalho e dedicação na construção de dias melhores para as famílias, esperança para a juventude e crescimento econômico para a nosso gente.

Mas ao se safar, depois de ficar como algodão entre cristais, na briga entre Murilo Zauith e Reinaldo Azambuja, não adquiriu essa credencial?

São dois grandes líderes políticos que têm suas convicções, e muito serviço prestado ao nosso Estado, a quem eu tenho um grande respeito e admiração. Sou muito grato pela confiança que eles depositaram no nosso trabalho. Mato Grosso do Sul tem o privilégio de ser o estado que mais investe ‘per capita’ no Brasil em sua população, além do mais, é referência em vários setores, incluindo em investimento em obras de infraestrutura e outras ações de governo que mudaram a vida das famílias sul-mato-grossenses.  

À frente da Sanesul, nos orgulhamos de ser o primeiro estado da federação a se antecipar a meta de universalizar o sistema de esgotamento sanitário, estabelecida pelo Marco Legal do Saneamento. Planejamento estratégico, um bom plano de negócios, e entregas efetivas nos municípios de Mato Grosso do Sul, isto sim é uma grande credencial par postular um mandato eletivo.

Por conta dessa sua capacidade de conciliação seu rumo partidário natural não seria o PSDB, do governador Reinaldo Azambuja, o partido tido como o dos “equilibristas” da política, por que o PP?

São dois importantes partidos no cenário nacional e estadual, composto por lideranças que realmente fazem a diferença em nosso Estado, como o governador Reinaldo Azambuja e a ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina.  Eu e meu pai, Walter Banedito Carneiro, nos entendemos e decidimos nos filiar ao PP. Este é o endereço do nosso grande projeto político que começa agora. Tive a honra, de ter a ficha de filiação abonada pela nossa ministra Tereza Cristina. Agradeço pelo acolhimento dos deputados Barbosinha, Gerson Claro e Evander Vendramini. Juntos, estamos na construção de um grande projeto para Mato Grosso do Sul.

Aliás, é lá no PSDB que está aquele que deve ser seu principal concorrente a uma das cadeiras pleiteadas por Dourados na Câmara Federal, o ex-deputado Geraldo Resende…

Vai ser uma boa disputa. A política é uma atividade interessante, na qual existem interesses semelhantes e distintos dentro de um mesmo projeto, que é eleger o Eduardo Riedel governador de Mato Grosso do Sul.  Fora isso, as disputas servem como estímulos a mudanças e melhorias na sociedade, se ocorrerem dentro dos limites da lei e desde que não coloquem em risco as instituições. Particularmente, decidi colocar o meu nome à disposição de meus líderes políticos para quem sabe representar nosso povo no Congresso Nacional, e continuar contribuindo para o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. Entendo que nesse momento o mais viável será concorrer a uma cadeira na Câmara dos Deputados, até pelo fato de ver Dourados, cidade onde nasci e que já teve três parlamentares, sem nenhum representante em Brasília.

Além de Resende, devem disputar também o pai do prefeito Alan Guedes, Eudélio Mendonça, de seu partido; o assessor e amigo do presidente Bolsonaro, Rodolfo Nogueira; o presidente da Câmara, Laudir Munareto e outros vereadores, enfim, já são mais de dez pré-candidatos. Dourados não corre o risco de ficar de novo sem representação?

Acredito que não, Dourados é um colégio eleitoral muito forte e com um povo consciente e politizado, que sabe qual é a melhor proposta e o político que deve representa-lo em todos os cargos eletivos, incluindo tanto a Assembleia Legislativa quanto a Câmara dos Deputados. Como bom Douradense sei que existe uma vontade muito grande da nossa gente de ter seu representante “prata da casa”, sei também que será uma grande missão assumir essa responsabilidade, experiência e articulação política farão toda a diferença na construção da representação política da nossa cidade.

No que a tal da federação partidária pode complicar a vida dos candidatos proporcionais, já que no plano majoritário ela dá uma peneirada na coisa?

A grande novidade nas eleições deste ano é a formação de federações partidárias, de caráter nacional e com duração de pelo menos quatro anos, ao contrário das coligações que, passado o pleito, os partidos se desvinculam. A leitura que se faz é que a mudança facilita a vida dos pequenos partidos em dificuldades para montar chapas proporcionais nos estados, capazes de ultrapassar o quociente eleitoral, que é a votação mínima para eleger um candidato. Também estamos vendo que a formação de federações pode ser um avanço no sentido de dar mais nitidez aos projetos nacionais, pois o eixo de formação desses blocos políticos são as candidaturas à Presidência da República.  Mas é assim mesmo, a política é dinâmica e temos de nos adaptar as novas regras eleitorais. O que importa agora é sair a campo, levar as nossas propostas para apreciação popular, defender os interesses da sociedade com ideias que realmente possam ser cumpridas. 

Você é douradense, mas sempre morou também em Campo Grande e transita muito bem nos bastidores da política da capital. Qual a receita para Dourados sair dessa inhaca política, por não conseguir impor-se no contexto político do estado para eleger seu tão sonhado governador ou senador?

Acho que política é oportunidade. Da mesma forma que já tivemos três deputados federais e hoje não temos nenhum representante em Brasília, as articulações partidárias não permitiram esse que é um grande sonho de nós douradenses.  Já batemos na trave com o ex-deputado federal José Elias numa disputa acirrada com Wilson Martins. Depois, as composições partidárias resultaram em alianças que contemplaram Dourados com bons vice-governadores, como George Takimoto, Braz Melo e Murilo Zauith. Quem sabe, num futuro bem próximo, surja um projeto consensual que reúna todas as forças políticas que inclua nosso município e nossa região da Grande Dourados nesse contexto tão desejado.

Pegando agora o exemplo do governador Reinaldo Azambuja, que não é douradense, mas que fez um grande trabalho no município. O quê de mais, ou melhor, o Murilo, por exemplo, poderia ter feito? Esta não é uma mera questão de bairrismo?

Dourados é a maior cidade do interior do Mato Grosso do Sul, importante celeiro da agroindústria, nosso governo tem um olhar diferente, faz investimentos que ultrapassam a casa de 1 bilhão de reais, muda a cara da cidade, com certeza fruto do trabalho da bancada federal, de nossos deputados estaduais, dos atores políticos locais  e também do planejamento do vice-governador enquanto secretario de infra estrutura. O Murilo já demonstrou sua capacidade de gestor enquanto prefeito de Dourados transformou e preparou a cidade para ter um crescimento sustentável. Agora o que temos que fazer é retomar a representatividade da nossa gente na Câmara Federal, o bairrismo é positivo quando ele é propositivo, devemos sim defender pessoas que tem compromisso com as nossas causas e, com a realidade da nossa gente.

A propósito, acha Murilo Zauith perdeu o bonde da história, ao não assumir o governo agora ou ele ainda tem alguma carta na manga, podendo, por exemplo, disputar o Senado, mesmo que como suplente de Tereza Cristina?

Há coisas quenão dependem de vontade pessoal, tudo passa por decisões políticas bem fundamentadas, de projetos envolvendo as principais forças políticas do Estado. Depois, o Murilo também é responsável por esse avanço extraordinária no perfil socioeconômico de Mato Grosso do Sul, um estado referência nacional em vários quesitos. Como já lhe disse ele é parte integrante desse grande processo de transformação que o povo sul-mato-grossense está vivendo.

Como expert de bastidores, como vê a candidatura Eduardo Riedel, com André Puccinelli liderando pesquisas e, agora, o prefeito Marquinhos Trad também confirmando a candidatura dele?

Ao lado do governador Reinaldo Azambuja, o nosso candidato Eduardo Riedel fez um grande trabalho à frente da Secretária de Governo e também de Infraestrutura. Ele ajudou a levar o desenvolvimento socioeconômico para os 79 municípios de Mato Grosso do Sul. É um homem sábio, um cidadão extraordinário, com quem tive a satisfação e a honra de poder atuar na Sanesul. Um agente público inteligente de muita qualidade e percepção, sabe todos os caminhos de uma administração e conhece as prioridades de cada setor e de cada região, independente de sua vocação, quer voltada a produção agropecuária, que é o ponto forte do nosso estado, ou turismo. Por isso, tenho absoluta certeza que será o nosso futuro governador, porque a gente andou por cada canto desse Estado fazendo entregas de obras e outras ações de governo, e vê a sinceridade nos olhos das pessoas, pedindo continuidade desse projeto extraordinário que é o Governo Municipalista, implantado no mandato de Reinaldo Azambuja.

Nesse contexto, a deputada Rose Modesto não pode ser a “mineirinha” da história, ou o tal plano B do governo, já que é também uma aliada de Azambuja?

Não há Plano B, o nosso pré-candidato ao Governo do Estado tem nome, é Eduardo Riedel, que tem se apresentado nos programas institucionais do PSDB no rádio e na televisão, mostrando o que fez e brevemente vai divulgar seu plano de governo quando a campanha começar oficialmente. Nossa pré-candidata ao Senado é a ex-ministra Teresa Cristina.

A Deputada Rose é uma grande parlamentar, grande aliada do governo estadual, e tenho certeza que os bons atores que pensam em um futuro melhor para o nosso Estado, estarão juntos nas próximas eleições.

A subida de Murilo Zauith no palanque de lançamento da candidatura dela foi uma coisa de momento, de emoção, ou mais uma estratégica maquiavélica do vice-governador, para se vingar de Azambuja?

Nosso Estado vive um grande momento, todos os municípios recebem importantes obras estruturantes, implantação de novas rodovias, recapeamento urbano, o maior projeto de implantação de pontes de concreto já realizado, regionalização da saúde, universalização do saneamento básico, tudo isso só acontece fruto de muito planejamento e trabalho. O Murilo enquanto vice-governador participou ativamente desta construção, e enquanto secretário de obras projetou muita coisa que ta acontecendo agora, como exemplo veja só Dourados, onde o governo do Reinaldo e do Murilo executam obras que transformam o perfil da nossa cidade. O Murilo um líder político que faz parte de um governo  que deu certo e tem suas convicções e, no pleito eleitoral que se avizinha tenho certeza que estaremos como sempre todos juntos.

Sua administração na Sanesul foi tida como de excelência. Caso seja eleito vai ser mais um caixeiro-viajante das emendas parlamentares ou pretende ter uma atuação mais institucional, como foi a de seu pai como vereador, depois na Assembleia Legislativa?Walter Carneiro Júnior:

Realmente, a Sanesul, que é um ativo do Governo do Estado, vive um momento extraordinário, uma gestão inovadora e comprometida com suas metas.  Mato Grosso do Sul Já atingiu a universalização do fornecimento da água tratada. Agora, com a PPP (Parceria Público-Privada), o maior desafio é manter a boa gestão dos recursos hídricos para atender cerca de 1,7 milhão de usuários com uma água tratada, com selo de qualidade, e aumentar progressivamente o índice de cobertura de esgotamento sanitário em Mato Grosso do Sul. A Rota do Saneamento, que é um programa que nós criamos em 2021, já percorreu mais de 60 localidades, fazendo entregas de obras e anunciando novos investimentos, alguns em andamento e outros em processo licitatório.  Hoje, a área de cobertura do esgoto no Estado é de 55%, e a prioridade é chegar aos 90%, se antecipando, ao Marco Legal do Saneamento Básico, o que levará Mato Grosso do Sul a ser o primeiro estado do País a atingir essa meta. Caso eu seja eleito, quero representar Mato Grosso do Sul no Congresso Nacional em todas as frentes, sobretudo trazer recursos, se Deus quiser, investir nos 79 municípios do Estado, dar continuidade ao grande projeto municipalista desenvolvido pelo nosso governador Reinaldo Azambuja e pelo vice-governador Murilo Zauith.

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