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sexta-feira, abril 26, 2024

Murilo deve peitar Azambuja e sair candidato a governador

Remanescente do DEM, Murilo Zauith continua filiado ao União Brasil, o mesmo partido da deputada Rose Modesto, uma das pré-candidatas ao governo

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O que levaria o vice-governador Murilo Zauith, tinhoso como é, ainda debilitado, convalescendo das gravíssimas sequelas Covid, a sair de Dourados para subir no palanque montado com a desculpa de receber Rose Modesto como nova filiada ao recém-criado União Brasil em Campo Grande, mas cujo real motivo seria o lançamento da candidatura da deputada ao governo do estado? Embora discreto e de poucas amizades, mas sabidamente um gentleman, Zauith saiu-se com a desculpa de que seu gesto foi meramente protocolar, na condição de dirigente do antigo DEM, que se juntou ao PSL para a fundação da nova sigla.

Antes desse que foi um dos principais eventos da pré-campanha eleitoral Murilo Zauith já havia recebido em sua residência outros pré-candidatos ao governo, como André Puccinelli, Eduardo Riedel e Marquinhos Trad, além da ex-ministra, também deputada Tereza Cristina, até aqui, pré-candidata bolsonarista ao senado. De todos, o que fez a proposta menos “indecente” foi Marquinhos Trad, mesmo assim, convidando o vice-governador para ser candidato ao Senado – candidatura, em sua eventual chapa, já destinada ao ex-juiz federal Odilon de Oliveira, que, inclusive, acompanhava o então prefeito da capital a Dourados já nessa condição, no dia do convite. Tiveram até o desplante de vazar um convite de Tereza Cristina para ele ser seu companheiro de chapa, neste caso ficando na dependência de uma eventual reeleição de Bolsonaro e dos bofes dele a transformação em realidade do tão acalentado sonho dos douradenses de ter um senador (não custa repetir que Soraya Thronicke não conta).

Não se tem notícia da proposta de Eduardo Riedel, mas por tudo o que aconteceu com seu antecessor na secretaria de infraestrutura é bem possível que a visita tenha sido eminentemente de cortesia, para demonstrar solidariedade. Além do quê, embora ainda se apresentando, literalmente, ao eleitorado, mas já tido pelos áulicos como futuro governador, Eduardo Riedel talvez não viesse a levar a sério o que seria escrito dias depois pelo jornalista Marcos Santos, para quem “Murilo, como engenheiro especialista em demolição se especializou em implodir projetos dos desafetos e hoje detém um know-how capaz de deixar qualquer adversário com a pulga atrás da orelha”. As derrotas para a prefeitura de Dourados, de Geraldo Resende para Délia Razuk, e de José Carlos Barbosinha para Alan Guedes seriam duas dessas “demolições”. 

Eduardo Riedel não é, no mano a mano, desafeto de Murilo Zauith, mas é o candidato do maior dos desafetos dele – o governador Reinaldo Azambuja. Se vai pagar o pato por isso ou não, são outros quinhentos, mas os leitores podem ir fazendo suas apostas: a estratégia de demolição começou exatamente ali, no lançamento da candidatura de Rose Modesto. E engana-se quem pensa que Zauith foi lá só por uma questão protocolar ou de apoio à candidatura da deputada, até porque ela também é uma das aliadas de Azambuja e tida como plano B, caso Riedel não decole nas pesquisas até a data das convenções, embora o governador jure de pés juntos que isso não existe.

A menos que as sequelas da Covid sejam irreversíveis, o que não parece ser o caso, pois ele até já voltou a dar suas caminhadas diárias no entorno do Colégio Imaculada Conceição, para não desconstruir sua biografia política Murilo Zauith não tem outra saída, se quiser passar à história como a grande liderança em se que consolidou ao longo dos anos em que está na política. Com tamanha envergadura, como bom estrategista, e não apenas o “demolidor de desafetos”, depois de toda a humilhação de sua demissão como secretário de infraestrutura, e pelo tanto que, compulsoriamente, teve de tempo para rever conceitos e valores durante oito meses num leito de hospital, esta é a grande oportunidade de entrar, definitivamente para a história. Como candidato a governador do estado, como sempre sonhou! E Rose Modesto? Uma bela morena, como ela gosta de dizer, de vice. O que não falta é currículo para isso, e a tal da “estrutura”, maior que a dele, talvez, só a de Azambuja. Ah, votos, com certeza, mais que Eduardo Riedel ele deve ter!

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