22.2 C
Dourados
quinta-feira, abril 25, 2024

Riedel coloca Alan no palanque e repele revanchismo de Zauith

- Publicidade -

Beneficiário direto de uma das mais bem azeitadas máquinas de fazer política da história de Mato Grosso do Sul, pilotada pelo governador Reinaldo Azambuja, o biólogo e fazendeiro – dos mais bem-sucedidos – Eduardo Riedel tenta repetir Pedro Pedrossian, que, nos anos 1960, saiu direto de uma diretoria da empresa Noroeste do Brasil para disputar o governo do velho Mato Grosso, sem teste anterior nas urnas. Riedel acredita no seu taco como técnico: “não sou um político profissional. Nunca precisei da política para viver”, diz rebatendo um questionamento quanto aos privilégios que vem tendo como o candidato oficial.

Mesmo com a massificação de seu nome, de carona nas obras do governo Azambuja, Eduardo Riedel vem patinando nas pesquisas, o que ele justifica: “Nunca fui de ficar pendurado em live fazendo demagogia e explorando a boa-fé das pessoas. Acho que estamos vivendo um novo tempo, onde não há espaço para esse modelo antigo de fazer política”. Ao falar da gratidão que tem pelo chefe, diz que “Azambuja vai para a nossa história como o líder que fez a transição de modelo – de um estado pesado, lento, caro e perdulário, para um estado austero, moderno, eficiente e que por isso entrega resultados”.

Nesta entrevista exclusiva ao ContrapontoMS Eduardo Riedel repete o discurso padrão de todo candidato, dizendo que não escolhe adversários e que tem o maior respeito por André Puccinelli e por Rose Modesto. Trata o ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad como adversário, “mas sem nunca penalizar Campo Grande” enquanto secretário. Quanto a Alan Guedes, deu a entender que estaria no rol dos setenta prefeitos tidos como parceiros decisivos. Questionado sobre a posição de Murilo Zauith, que declarou apoio a Rose Modesto, disse não acreditar em revanchismo político de pessoas públicas comprometidas com o estado.

Como candidato o senhor tenta repetir um desconhecido engenheiro da antiga Noroeste do Brasil que entrou para a história, nos anos 1960, ao se eleger governador do Mato Grosso uno, ainda jovem, sem antes ter sido testado pelas urnas – Pedro Pedrossian. O que o leva a repetir tamanha ousadia?

Pedrossian sempre será uma poderosa inspiração para qualquer sul-mato-grossese que, como eu, sonha em governar o nosso estado. São tempos muito diferentes no curso da história, mas acredito que os valores que carregamos são os mesmos: transformar a vida do nosso povo, com mais crescimento, renda, emprego, equidade e justiça social. Esses foram os desafios que me levaram a dedicar os últimos 7 anos da minha vida à responsabilidade de executar tarefas extremamente complexas, do ponto de vista da gestão do estado, por delegação do governador Reinaldo Azambuja. Primeiro, na secretaria de governo, coordenando diferentes áreas de serviços públicos; depois, na gestão da pandemia, à frente do Comitê Prosseguir; em seguida, articulando nossa retomada econômica, com a recuperação dos setores mais atingidos pelas restrições e a recuperação dos empregos. Simultaneamente, assumi o desafio de destravar centenas de obras em andamento, na pasta da infraestrutura. Hoje, tenho a consciência tranquila, de que fizemos muito, na hora mais difícil. Começo esta nova caminhada com as mãos limpas e um renovado ânimo, de levar adiante o processo de modernização do estado. Já somos o estado que mais cresceu; temos um dos menores desemprego do país; e estamos entre aqueles com a menor taxa de pobreza do Brasil. São resultados animadores, que colocam o Mato Grosso do Sul em um novo patamar. Fazer o grande salto para um novo futuro é o que vamos propor agora, à frente de um projeto suprapartidário e de uma vontade coletiva, que vê o Mato Grosso do Sul pronto para alçar voos muito mais altos.

Pedrossian era “cria” de Filinto Muller, o senhor se considera uma “cria” de Reinaldo Azambuja?

Tenho enorme gratidão pela confiança que o governador Reinaldo depositou no meu trabalho, e não tenho dúvida de que ele faz hoje um dos melhores governos do Brasil, em um momento desafiador, de crise econômica, pandemia e agora alta do custo de vida. Vai para a nossa história como o líder que fez a transição de modelo – de um estado pesado, lento, caro e perdulário, para um estado austero, moderno, eficiente e que por isso entrega resultados. E é a partir dessa posição que teremos a responsabilidade de avançar muito mais.

Ainda nesse gancho, existe sempre aquele anseio do eleitor pelo “novo” na política, no entanto até agora o senhor vem patinando nas pesquisas…

Sou gestor, acostumado a trabalhar com afinco atrás das cameras, porque o que interessa é o resultado. Nunca fui de ficar pendurado em live fazendo demagogia e explorando a boa-fé das pessoas. Acho que estamos vivendo um novo tempo, onde não há espaço para esse modelo antigo de fazer política. As pessoas querem competência e responsabilidade para resolver os problemas e entregar resultados capazes de melhorar a vida das nossas comunidades. Isso é o que interessa. Essa é a primeira vez que disputo uma eleição e é natural que seja uma novidade no cenário político. Muita gente ainda não conhece o meu nome, mas vai conhecer o meu trabalho em defesa das causas do Mato Grosso do Sul. Pra mim, o mais importante é ser novo nas ideias e no jeito de fazer as coisas.

Nos programas da propaganda partidária o senhor vem se apresentando formalmente – “Muito prazer, eu seu Eduardo Riedel”. Acha mesmo isso necessário, depois de toda a massificação de seu nome durante o tempo em que esteve no governo?

Pelo contrário: se há algo que não aconteceu foi essa massificação! Tanto é que, entre os pré-candidatos colocados, sou o mais desconhecido pela população. Senti necessidade de me apresentar porque não sou um político profissional. Nunca precisei da política para viver. Sou produtor, empresário, biólogo, mestre em zootecnia, pós-graduado em genética e especialista em gestão. E, claro, gestor público, com 7 anos de intensa dedicação aos desafios do estado. Penso que a apresentação é parte do processo e pode ajudar o eleitor decidir entre os que estão aí, há décadas na área política, e um nome novo, mas que carrega uma densa experiência na vida pública. Para mim, o novo que interessa é a capacidade de ouvir e dialogar com a sociedade; de ter coragem para enfrentar os problemas; de abrir espaços na governança para a inovação; de desconcentrar poder e decisões, para buscar o melhor resultado, sempre pensando primeiro nas pessoas, nas causas coletivas

A propósito, não se tem conhecimento na história de um pré-candidato que tenha usado tão bem a dita “máquina” do governo. Não teme que os adversários aproveitem isso contra, na campanha?

O único uso da máquina pública foi para atender demandas históricas, que continuavam sendo cobradas pelos sul-mato-grosseses. Nunca houve uma gestão tão municipalista, com obras em todas as 79 cidades do Estado, sem olhar quem é aliado ou adversário, ou cor ideológica. É o maior investimento da história do Mato Grosso do Sul nos municípios. Em todos os municípios! Entregamos todas as duzentas e tantas obras inacabadas, do ex-governador André Puccinelli, em respeito ao ex-governador e ao interesse público; governamos em parceria com outro adversário, o prefeito Marcos Trad, sem penalizar a nossa capital. Estamos presentes em todas as áreas, fazendo a diferença na vida de milhares de famílias, com o Mais Social, com o Conta de Luz Zero, e com os investimentos na retomada da nossa economia. Enfim, somos um estado presente, transparente e responsável.

Mas os feitos do governo Azambuja são divulgados como se fossem da “gestão Riedel”…

Tive, nesses anos, uma enorme responsabilidade no âmbito da gestão estado e atuei em diferentes posições. Mas, na prática, não há uma “gestão Riedel”. É uma gestão coletiva, realizada por muitas mãos e diferentes equipes de especialistas e servidores preparados, com quem tive o privilégio de trabalhar e aprender mutuamente.  Chego à disputa eleitoral preparado para este e todos os debates. O que vamos apresentar é resultado de um mergulho intenso e profundo nos grandes desafios do Mato Grosso do Sul, feitos por uma gestão coesa, técnica, preparada, que teve como base fundamental um projeto de crescimento, com desenvolvimento social e humano, liderado pelo governador Reinaldo. Estamos preparando agora os próximos passos do itinerário da transformação.

Não só sua assessoria, como muitos correligionários apostam no apoio de 70 dos 79 prefeitos como fator decisivo para a sua ida para o segundo turno. Isso também não constrange o governador Azambuja, um dos mais bem avaliados de todos os tempos?

Acredito que todo apoio que tivermos é fruto do reconhecimento de um trabalho para o desenvolvimento do Mato Grosso do Sul. Acreditamos que era possível fazer a regionalização da saúde, e nós estamos fazendo.  Sonhamos com uma rede de escolas em tempo integral que antes não existia, e nós implantamos. Defendemos a desconcentração dos investimentos e transformamos os municípios em parceiros para melhorar a qualidade de vida da nossa população. Os prefeitos sabem, porque acompanham de perto, participam ativamente dos grandes projetos em andamento. Por isso, partimos com a convicção de que vamos liderar uma grande aliança nesta próxima eleição. Será um projeto amplo, capaz de aglutinar muitas forças, daqueles que já participam das mudanças e dos avanços conquistados e de muita gente nova que pensa como a gente e acredita neste caminho. Com eles, e com a nossa sociedade organizada, vamos avançar agora para um novo patamar. Nós faremos o grande salto para o futuro do Mato Grosso do Sul.

Entre esses prefeitos “decisivos” para sua campanha está o de Dourados, Alan Guedes?

Os prefeitos e vereadores são o elo de ligação mais próximo com a população. Por isso, todos são de suma importância no nosso projeto, que seguirá balizado pelo municipalismo. Temos compromisso em estar junto com as nossas cidades, no enfrentamento dos seus desafios, em especial na hora da dificuldade. Assim também é e será com a grande cidade de Dourados. Como já disse e repito, nosso projeto é suprapartidário, democrático, transparente.

Concorda com a afirmação deputado Barbosinha, numa entrevista, aqui mesmo, neste espaço, de que o Azambuja é o melhor prefeito que Dourados teve nos últimos tempos?

Esse é o sentimento que prepondera quando um governo é, de verdade, municipalista. O Governador Reinaldo fez uma gestão transformadora e com obras em todos os municípios do estado. Só em Dourados as obras em andamento somam R$ 173,6 milhões. São investimentos principalmente nas áreas de saúde, infraestrutura, segurança e educação. Ao todo, nos últimos sete anos, o Estado fez mais de R$ 1 bilhão em investimentos no município, situação que traduz bem a relevância da parceria do estado com a cidade.

No tabuleiro da sucessão há claros indícios de uma grande estratégia para a divisão dos votos do eleitorado da capital, aí incluída até mesmo a candidatura Marquinhos Trad, embora ele já tenha desmentido isso aqui também. Tudo isso é medo de André Puccinelli?

Tenho, com o André, uma relação muito respeitosa. É como já disse algumas vezes: é legítima a vontade dele de voltar à política… Vamos tratar todos os concorrentes como adversários que merecem respeito e não como inimigos a serem batidos a qualquer custo.

Por essa estratégia Azambuja acreditando até mesmo num hipotético segundo turno “RR” – Riedel e Rose! Não seria salto alto demais?

Rose nasceu e cresceu no PSDB. Por escolha pessoal, decidiu por um novo caminho agora e são escolhas políticas de cada um. Aqui, só posso responder por mim: entro nesta disputa com a mesma humildade que marcou toda minha vida como produtor rural, liderança do agro, como empreendedor e gestor público. Estou muito honrado de ter sido escolhido por um grupo amplo de lideranças e partidos, para representar um novo futuro para o Mato Grosso do Sul.

Neste caso, por mais paradoxal que possa parecer, o acerto sendo com André Puccinelli, já no primeiro turno, aí invertendo-se a pergunta, tudo para encarar Marquinhos Trad no segundo turno?

Quem tem projeto, experiência, ideias novas, e a força de um grupo como o nosso, não escolhe adversário.  Sejam quais forem, uma coisa é certa: terão que debater os avanços que conquistamos neste tempo, apesar da crise econômica, apesar de uma pandemia grave como esta. Eles não terão mais como discutir a regionalização da saúde, porque ela está na reta final, o que interessa agora é o que é preciso ser feito depois dela! Eles não têm como discutir a necessidade da educação em tempo integral, como fizeram nos últimos anos. Hoje, 40% da rede de ensino estadual são escolas em tempo integral, que antes simplesmente não existiam… A eleição não será sobre as coisas que já fizemos, mas sobre o que ainda falta fazer no nosso estado. É uma nova agenda para o Mato Grosso do Sul, em todos os campos.

Falando em estratégia e estrategistas, o vice-governador Murilo Zauith foi defenestrado, como secretário de Infraestrutura, pelo Azambuja, e hoje está no palanque de sua “adversária” Rose Modesto. Pela lógica, ela não indo para o segundo turno ele vai para o palanque de quem estiver contra o governo. Como compensar essa perda no segundo maior colégio eleitoral do estado?

Como disse, não escolhemos adversários e vamos enfrentar cada concorrente no campo da verdade e do debate de ideias. Não acredito no revanchismo de pessoas públicas comprometidas com Estado.

Em suas atividades privadas, no agronegócio, o senhor segue a máxima de Pero Vaz de Caminha à Coroa portuguesa, quando do descobrimento do Brasil, informando que “nesta terra em se plantando tudo dá”. Pelo seu discurso de campanha, o governo Azambuja não deixou nada por plantar. Cabendo ao senhor a colheita, qual seria a prioridade das prioridades? Não vale falar do trivial básico, nem da bioceânica ou do ramal ferroviário passando por Dourados…

Tudo que você citou é de extrema importância para o desenvolvimento do Estado. Saneamos as contas públicas, acabamos com desperdícios, e somos hoje um estado triplo “A“ em solidez fiscal, segundo o Tesouro Nacional. Nos tornamos o 1o estado mais enxuto do Brasil e o primeiro estado em investimentos por habitante do país. Também somos o primeiro estado em liberdade econômica, para empreender e o segundo estado em licenciamento ambiental, e o que tem o terceiro menor desemprego do país – esse é o nosso Mato Grosso do Sul. Somos o quarto estado mais seguro, O quinto com a menor taxa de pobreza, e aqui lembro o Mais Social, o Conta de Luz Zero e os esforços para recuperar os empregos: aliás, há mais geração de empregos, porque somos o 6o mais competitivo – são 33 bilhões de reais em novos investimentos privados, espalhados pelas nossas cidades, acontecendo agora, aqui no Mato Grosso do Sul, gerando oportunidades novas em todo o estado. Fizemos investimentos recorde nos municípios, porque acreditamos que só assim, crescendo todo mundo junto, é que vamos conquistar o verdadeiro desenvolvimento – um desenvolvimento equilibrado, justo, com equidade e oportunidades para todos. E para finalizar, tem ainda o grande desafio da educação. Acredito que uma sociedade só muda efetivamente com educação, e por isso será sempre preciso atualizar modelos de aprendizagem para oferecer aos nossos alunos um ensino de qualidade, aliado a um ambiente de prosperidade, com mais emprego, renda e oportunidades para todos, sem deixar ninguém para trás.

- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -

Últimas Notícias

Últimas Notícias

- Publicidade-