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sexta-feira, abril 26, 2024

O tom antecipado da campanha na TV

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Do velho e bom palanque nas carrocerias de caminhões (depois carretas) à “telona” de TV e do dial do rádio para as telinhas de computadores e, mais atual, dos smartphones. Pelo ritmo que a coisa vai, quando chegar o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV os candidatos, ao governo, principalmente, já terão esgotado o estoque de propostas e promessas. Haja criatividade, deles e de seus marqueteiros. Aliás, com esse tsunami tecnológico a figura dos grandes pensadores de campanhas vai se esmaecendo e corre o risco de voltar para as carrocerias dos caminhões, tamanha é a oferta, agora, dos ditos influenciadores digitais. Da mesma forma que abundam “jornalistas” nas redes sociais, nesse novo contexto, basta um kit completo, com ring light, tripé e mais alguns penduricalhos e está no jeito a “produtora” para levar os programas ao ar. Bons tempos aqueles em que a campanha eleitoral começava, efetivamente, com pompa e circunstância, só em agosto, no rádio e na TV.

Velho do rio – No estilo filosófico do personagem de Osmar Prado no remake da novela Pantanal, André Puccinelli começou a campanha de retorno ao governo com lives caseiras, num tom melodramático, tal qual Lula da Silva, tentando tirar proveito de suas memórias do cárcere. Foi Eduardo Riedel mostrar a que veio, com um time profissional, para o velho italiano começar a se mexer, passando a sacolinha entre antigos “fornecedores”, na esperança de trazer de volta senão o marqueteiro preferido, Chico Santa Rita, alguém a altura dele. Assim, embalado pelo novo jeito de fazer campanha, abandonou até seu sempre recomendado sebo de grilo nas canelas, fazendo live até de dentro do carro, entre uma cidade e outra, como fez esta semana no Vale do Ivinhema.

Mudança segura – Candidato que mais ameaça a liderança de Puccinelli nas pesquisas, Marquinhos Trad é, até agora, o mais solto nessas lives. De camisa polo quando no “estúdio”, tentando convencer como o candidato de oposição. Prega a “mudança segura e com experiência”. Como, por exemplo, quando fala em redução na alíquota de ICMS para baixar os preços dos impostos e, com isso, entre outros, o preço dos combustíveis. Sua deixa final, um espontâneo “vem com a gente!”.

Modesta – Se André é conservador e Marquinhos mais descontraído, Rose Modesto é intimista. Da historinha do “iorgute” que comprava com os troquinhos que a mãe ganhava como diarista num supermercado ao chamamento “Bora festejar a união!”, pegando carona no nome de seu partido (União Brasil). Para fechar suas falas com um “coração honesto, com Rose Modesto”, afastando as críticas de renúncia à candidatura com um enfático “aceito a missão”.

Mais modesta ainda – Se Rose Modesto faz trocadilhos com o próprio nome, pouco se vê ou se ouve da candidata do PT ao governo do estado, Giselle Marques. Talvez porque, no caso, a missão da candidatura seja apenas a de dar palanque a Lula no estado e tentar eleger uma bancada, mínima que seja, de deputados estaduais e, quiçá, reeleger Vander Loubet deputado federal.

Capita lá, capita cá – Assim como Rose Modesto, o pré-candidato Capitão Contar também fala em missão, só que militarizando a palavra: “Vem pra missão!”, é o chamamento dele, que se apresenta como um patriota, colando seu nome e sua patente de capitão na do presidente Jair Bolsonaro, ambos oriundos da Academia Militar das Agulhas Negras. “Nessas eleições é capitão lá, capitão cá”, profetiza o Capitão Contar, que se diz – ele e ninguém mais – o candidato do capitão Bolsonaro no Mato Grosso do Sul.

Muito prazer – Depois de se apresentar formalmente – “muito prazer, eu sou Eduardo Riedel – ao eleitorado nos programas de propaganda partidária na TV, o candidato oficial agora vem aproveitando a enxurrada de entrevistas em que participa diariamente para falar de si na terceira pessoa do presente do indicativo, dizendo, ele mesmo, que “o Riedel é isso ou aquilo”. Deve ter andado conversando com o velho cacique pedetista João Leite Schmidt, um craque nessa arte, nos comícios de antigamente, quando contava historinhas repetindo o próprio nome inúmeras vezes. De todos os candidatos, Riedel, como bom burocrata, é o mais consubstancial quando o assunto são os números, principalmente das realizações do governo Azambuja.

Lapso de memória – Na mesma onda de seus colegas candidatos majoritários ao governo, a candidata ao senado Tereza Cristina também usa o horário da propaganda partidária para vender seu peixe. De salto alto, já se achando eleita e parecendo acreditar também na reeleição do chefe Bolsonaro, e, com isso, em sua recondução ao ministério da Agricultura, parece não dar muita importância ao eleitorado da Grande Dourados. Não só por se recusar a dar uma entrevista a este site, claro, mas também por omitir a região em sua fala na propaganda eleitoral no espaço na TV que, pela legislação, é destinado apenas à difusão de propaganda partidária. Ela fala das riquezas e das belezas de Campo Grande, Bonito e Corumbá, como se Dourados não existisse no mapa.

Quem te viu, quem te vê – Falando em eleição senatorial, nem parecia do ex-badaladíssimo ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, a foto publicada esta semana pelo vereador Marcelo Morão da visita que recebeu em sua residência na periferia de Dourados. Mas era ele, agora um humilde Mandetta, sem a entourage de ministro, sem batedores, sem nada, sentadinho numa cadeira de fios, pedindo votos para senador. São as voltas que o mundo dá.

E agora André? – O afunilamento das discussões da tal da terceira via da eleição presidencial, com o nome da senadora Simone Tebet se consolidando como a preferida, além de seu partido (o velho MDB), também pelo PSDB e Cidadania, complica a vida do padrinho André Puccinelli. É que por onde anda, em campanha, o italiano não poupa críticas à afilhada política. O mínimo que diz é que ela é uma traidora, principalmente depois que o marido, deputado Eduardo Rocha, aceitou uma sinecura no governo Azambuja, um sinal de apoio dos Tebet à candidatura de Eduardo Riedel. Nada que a dinâmica da política não dê jeito.

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