As eleições de 2022 –que serão realizadas em exatos 2 meses– são as mais polarizadas desde a redemocratização, mostra levantamento do Poder360 com base em pesquisas eleitorais publicadas desde 1989. Hoje, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) concentram 76% das intenções de voto, segundo o Datafolha. Em todos os outros pleitos presidenciais, a soma dos 2 pré-candidatos mais bem colocados nas pesquisas era menor do que isso.
O ano que mais se aproxima dos percentuais de polarização registrados agora é 2010. Naquela época, Dilma Rousseff (PT) ainda estava herdando votos de Lula, seu padrinho político. José Serra (PSDB) estava próximo da petista, mas em 2º lugar. Além disso, no período analisado ainda não havia se destacado uma 3ª força competitiva (que depois veio a ser Marina Silva, que estava no PV).
Em 2018, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu no fim de agosto rejeitar a candidatura de Lula –que vinha liderando as pesquisas à época. De última hora, o PT oficializou Fernando Haddad ao Planalto, no lugar do ex-presidente. Por essa razão, a disputa ficou embolada e muitos nomes disputavam o 2º lugar. No fim, Bolsonaro foi ao 2º turno com o pré-candidato petista.
Ainda segundo as pesquisas, Bolsonaro é o único a tentar reeleição sem liderar os levantamentos a tão pouco tempo do pleito. Todos os outros a tentar novo mandato presidencial tinham perto de 40% das intenções de voto a 2 meses da eleição.
Segundo o Datafolha, o atual presidente tem agora 29%. A empresa, junto com o Ibope, foi considerada no levantamento por ser uma das únicas com uma série histórica tão longa de pesquisas.
Todos os nomes a liderar as pesquisas no período analisado terminaram o 1º turno em 1º lugar ou foram eleitos já de cara (caso de Fernando Henrique Cardoso em 1994 e 1998). Quando a disputa foi ao 2º turno, nunca houve virada de posições.
O jornal digital Poder 360 compilou pesquisas eleitorais realizadas a cerca de 2 meses da eleição desde 1989. Os números foram recuperados no Agregador de Pesquisas do Poder360, reportagens na mídia, em acervo de jornais impressos ou nos sites das empresas. (Rafael Barbosa/Poder 360).