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Dourados
sábado, fevereiro 15, 2025

Matutando

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Sentada à beira do fogo
Sorvendo meu chimarrão,
No meu peito corcoveia
Caborteiro o coração,
As batidas cortam o silêncio
Como os cascos do alazão!

Relembro das troperiadas,
Que galopei pela vida,
Deixando marcas a fogo,
Onde andei e fiz guarida
Bem marcada na paleta
De uma vida bem vivida!

Peleei pelo mundo afora,
Defendi os oprimidos,
Fiz discurso, disse versos,
Por este mundão perdido,
Sofri na carne as injustiças
Ao pobre povo sofrido!

Na minha mala de garupa,
Podia não ter tostão,
Mas nunca faltou a coragem
Ou um naquinho de pão
É sempre teve um sorriso
Para defender o irmão!

Plantei árvores, colhi frutos,
Cavalguei com a emoção,
Recebi aplausos calorosos
Nas tertúlias de galpão
E nunca faltou a erva
Pra tomar meu chimarrão!

Tive amigos, tive amores,
Duas filhas eu pari,
Fiz versos alegres e tristes,
Alguns livros escrevi,
Enfrentei duras batalhas
Mas sempre sobrevivi!

O fogo arde nas brasa,
Labaredas no tição,
A erva fica lavada,
O vento canta no oitão,
Eu eu sólita mateando,
Brigando com a solidão!

Odila Schwingel Lange/Graduada em Estudos Sociais e Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade de Passo Fundo, com mestrado em Historia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. É fundadora e presidente da Academia de Letras do Brasil, seccional de Dourados.

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