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quarta-feira, novembro 27, 2024

Racib conta as moedas, Bela e Ferrinho preparam o troco, na sucessão de Alan Guedes

Racib, Bela e Ferrinho para prefeito; Délia Razuk, Takimoto e Valdenir Machado para vereador etc. e tal

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Terceiro colocado nas eleições passadas para prefeito, crítico contumaz de todas as administrações municipais, o farmacêutico e comerciante Racib Harb já se prepara para mais um embate eleitoral. Ele promete subir no pódio, de novo. Literalmente. Recém-saído da Democracia Cristã, quixotesco, como sempre, Racib agora vai de Novo – o partido fundado pelo empresário João Amoêdo, que sonhava ser realmente o novo na política, mas que, pela utopia partidária, não virou em nada, deixando como herdeiro e nome de maior expressão nacional o governador bolsonarista de Minas Gerias Romeu Zema. Racib acredita que com o afrouxamento de algumas regras que travavam o partido, como a não participação do fundo partidário, dá para voltar a sonhar. Pode ser. Na adolescência partidária, ainda, quem sabe ao adentrar a fase adulta o partido que veio para ser novo deixe o mundo dos “sonháticos” e passe a comungar do pragmatismo dos que estão há mais tempo no trecho, seguindo, aqui também, o exemplo dos mineiros que resolveram acreditar. Se na terra de JK, de Magalhães Pinto, de Itamar Franco e de Tancredo Neves deu certo, por que não aqui? Enquanto isso Racib vai guardando suas moedinhas em garrafas pets (método de poupança que aprendeu com Ari Artuzi), como lucro da venda do mais tradicional quibe da região, enquanto aguarda a aprovação no processo seletivo do partido para, de novo, encarar as velhas raposas da política que ele tanto combate.

Fuzuê – O que esperar de uma dupla como Archimedes Ferrinho Lemes Soares e Bela Barros? Enquanto Racib Harb sonha com a prefeitura contando moedas, Ferrinho continua, de padaria em padaria, antes de mesmo da certeza em qual partido se filiar para a disputa, sustentando sua pré-campanha com o V da vitória, por onde passa. De saída do PL, diz que tem três legendas à disposição, inclusive o novo PRD (Partido da Renovação Democrática) do senador cassado Delcídio do Amaral. Unha e carne com o colega de Jaguaribe, onde aprontaram uma barbaridade nos bastidores, mas há quatorze à frente de uma rede restaurantes, entre os quais a franquia “Comadre Maria”, a ex-vereadora, também ex-presidente da Câmara e ex-deputada Bela Barros resolveu abandonar o barco de Ferrinho e lançar, também de novo, sua candidatura à sucessão de Alan Guedes. Da primeira vez que tentou, Bela encarou Laerte Tetila, que disputava a reeleição, mas se esquecendo de atentar para o detalhe de que, entre tantas realizações de sua administração o petista havia instituído o pirapirê. Isso mesmo, uma moeda, utilizada na economia solidária. Uma disputa desigual, convenhamos.  

Racib conta as moedas, Bela e Ferrinho preparam o troco, na sucessão de Alan Guedes
Bela Barros e Archimedes Ferrinho, pré-candidatos a prefeito de Dourados (foto: Instagram)

Alô você – O famoso bordão de Marçal Filho pode se voltar contra ele, uma vez consolidadas as candidaturas de Ferrinho e Bela. É que ambos tem um forte apelo popular, provocando, por menores que sejam, estragos irreparáveis no popularíssimo reduto do radialista. O ex-vereador Marcelo Barros, filho de Bela, observa que a mãe, “só enfiada na cozinha esse tempo todo”, ainda é lembrada – com o nome aparecendo bem nas pesquisas espontâneas – por significativa parcela do eleitorado, pelo grande trabalho social por ela sempre realizado, independentemente de política. Da mesma forma Ferrinho, uma das figuras mais carismáticas da política douradense, com penetração não apenas nas classes C e D (o forte do eleitorado de Marçal), como também “da Marcelino pra cima”, onde predomina o eleitorado dito mais endinheirado.   

Príncipe – Em contraponto, o grande beneficiado com o fuzuê que prometem Archimedes Ferrinho e Bela Barros é Alan Guedes. De tão tranquilo que está, o prefeito se deu ao luxo de tirar três dias para um retiro espiritual na região Norte do estado, com um segmento evangélico. Pelo jeito ele anda se assessorando com algum discípulo de Maquiavel.

Reviravolta – Nem mesmo os dois fatos novos da semana passada fizeram o prefeito mexer em sua agenda política. Primeiro, a saída da toca do vice-governador Barbosinha, lançando-se também como pré-candidato no site de seu guru Clóvis de Oliveira. Segundo, o incógnito pré-candidato “lançado” aqui no ContrapontoMS, que promete bater às portas do governador Eduardo Riedel e do chefão tucano Reinaldo Azambuja em busca de apoio. Pelo jeito o prefeito não se apoquenta nem com o fato de o dito cujo se autoafirmar como nome de consenso do establishment, muito menos pela possibilidade de uma reencarnação “artuziana”.

Canto do cisne – Délia Razuk, George Takimoto, Valdenir Machado. Nomes que fazem parte da história da política da terra de seu Marcelino e que, pelo que corre nos bastidores, se preparam para encenar a Fênix – a ave mitológica renascida das cinzas. Todos, pré-candidatos a vereador. Pelo jeito não aprenderam a dura lição que teve o ex-prefeito Braz Melo, quando optou por este tipo de retorno. Ops!

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