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sábado, novembro 23, 2024

Aliança do PSDB com PL de Bolsonaro estremece pacto de Riedel com o PT

O deputado Zeca do PT, que já foi governador, deputado federal e vereador, agora é pré-candidato a vice-prefeito de Campo Grande

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O ex-governador de Mato Grosso do Sul, José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, riscou o fósforo e as chamas inflamaram a cúpula petista que pensa firmemente em pôr um fim na aliança mantida até agora entre o PT e o governo de Eduardo Riedel, do PSDB.

O ruído entre as legendas teria como pretexto a recém parceria política fundamentada entre o pré-candidato do PSDB à prefeitura de Campo Grande, Beto Pereira, e o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Esta eventual ruptura com os tucanos será debatida semana que vem em dia ainda não definido pelos petistas. O deputado estadual Pedro Kemp, do PT, ainda não vê risco capaz de balançar a coalização com os tucanos.

Zeca é pré-candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pela deputada federal Camila Jara. Ou seja, na campanha eleitoral, o parlamentar deve enfrentar duros embates com PSDB.

O PT participa da gestão de Riedel, inclusive ocupando alguns cargos de relevância, entre as quais a chefia da Agraer, a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural.

Zeca, em discurso na semana passada, na Assembleia Legislativa, admitiu que em caso de rompimento com os tucanos, os cargos devam ser devolvidos. Ou, o nomeado em cargo de confiança, se optar em permanecer no governo, deixe o PT.

Inicialmente, Zeca, no discurso, disse que o PT estaria insatisfeito com a gestão de Riedel pela “falta de autonomia” na Agraer, pasta chefiada por petista. Contudo, somou-se à narrativa dele a questão política. Caso o PT eventualmente fique fora do segundo turno na disputa pela prefeitura e o PSDB seja um dos concorrentes, Zeca afirmou que “jamais apoiaria os tucanos”.

Pelo pacto firmado entre a cúpula do PSDB com o ex-presidente Bolsonaro, o ou a vice de Beto Pereira seria indicado pelo PL.

Outro ponto de vista

Já para o deputado Pedro Kemp, voz firme entre os petistas, ao menos por enquanto “não existe discussão de ruptura com o governo [Riedel] neste momento”.

O parlamentar sustentou ainda que “a aliança PSDB e PL é em nível municipal. Nós vamos avaliar os desdobramentos dessa aliança após as eleições [municipais, em outubro]”.

Os petistas dizem que esperam um desfecho do assunto da reunião da semana passada, mas que preferiram não tratar da questão abertamente. De três que foram ouvidos, dois afirmaram que o pacto com o governo de Riedel, “deve acabar”.

“Não tem como [o pacto] continuar. Nós, petistas, cometeríamos um erro grave em manter uma aliança com legenda ligada a Bolsonaro. Não tem como”, disse um petista próximo à direção do partido.

Aliança frustrada

Outra questão sustentada pelos petistas ouvidos pela reportagem e favoráveis a ruptura com o PSDB tem a ver com um projeto político em curso combinado entre tucanos e o PT, legendas que estão de olho nas duas vagas ao Senado, cujos mandatos serão definidos nas eleições estaduais, em 2026.

Pelo acordo, o deputado federal petista Vander Loubet concorreria a uma das vagas junto com o ex-governador tucano Reinaldo Azambuja, também interessado no mandato.

“Lá na frente [2026] PSDB e PL devem seguir parceiros, daí mela a até agora acertada aliança de Reinaldo com Vander. Ou seja, melhor largar essa parceria logo. Do contrário, lá na frente a gente leva o tombo”, afirmou a fonte que acha que o PT deve desgrudar do PSDB já nas eleições municipais.

Celso Bejarano/O Jacaré

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