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segunda-feira, novembro 25, 2024

Candidatos a vereador em Dourados recebem doações de empresário ligado à Lama Asfáltica

Operação Lama Asfáltica foi deflagrada em 2015, pela Polícia Federal

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A seis dias das eleições municipais a maioria dos candidatos já apresentou à Justiça Eleitoral suas prestações de contas parciais de campanha, detalhando receitas e despesas do período eleitoral. Essas informações são públicas e podem ser consultadas no portal DivulgaCandContas. Os candidatos podem receber recursos de diferentes origens, como o Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o Fundo Partidário, ou doações de pessoas físicas, limitadas a 10% da renda bruta anual declarada à Receita Federal.

Um ponto que chama atenção ao analisar as prestações de contas dos candidatos a vereador em Dourados é o volume expressivo de doações recebidas de Antonio Celso Cortez, empresário envolvido no escândalo de corrupção conhecido como Operação Lama Asfáltica.

O jornal Folha de Dourados apurou que Cortez doou pelo menos R$ 420 mil para dez candidatos a vereador. Entre os beneficiados estão vereadores que tentam a reeleição, ex-vereadores que buscam retornar à Câmara e candidatos que buscam o primeiro mandato. Confira os valores:

– Karla Gomes (Podemos): R$ 60 mil

– Dirceu Longhi (Podemos): R$ 60 mil

– Dr. Diogo Castilho (PSDB): R$ 60 mil

– Márcio Pudim (PSDB): R$ 60 mil

– Fábio Luís (Republicanos): R$ 50 mil

– Saraiva (Cidadania): R$ 30 mil

– Jorginho Dauzacker (União): R$ 30 mil

– Toninho Rocha (PSD): R$ 30 mil

– Silas Zanata (Cidadania): R$ 20 mil

– Valdenir Machado (Republicanos): R$ 20 mil

Entre aqueles que buscam a reeleição estão, Dr. Diogo Castilho (PSDB), Márcio Pudim (PSDB) e Fabio Luís (Republicanos). Os que já tiveram mandato e agora tentam retornar são Dirceu Longhi (Podemos), Saraiva (Cidadania), Jorginho Dauzacker (União), Valdenir Machado (Republicanos) e Silas Zanata (Cidadania). Já entre os que buscam o primeiro mandato estão Karla Gomes (Podemos) e Toninho Rocha (PSD).

Outras doações que chamam atenção foram feitas por Ricardo Fernandes de Araújo que doou o total de R$ 130 mil para os seguintes candidatos:

  • Gisella do Braz (MDB): R$ 40 mil
  • Juscelino Cabral (PSDB): R$ 30 mil
  • Geraldo Sales (Podemos): R$ 20 mil
  • Auto – Autinho Teixeira (União Brasil): R$ 20 mil
  • Edson Souza (União): R$ 20 mil

Entre os apoiados por Fernandes, apenas Juscelino Cabral (PSDB) é vereador atualmente e tenta a reeleição, os demais são estreantes buscando o primeiro mandato. Um ponto em comum entre todos os candidatos citados nesta matéria é que eles compõem a coligação do candidato a prefeito Marçal Filho (PSDB).

Doação ou investimento?

O financiamento de campanhas eleitorais é um tema em constante debate, especialmente devido ao alto custo das eleições e à origem dos recursos utilizados. Em 2016, o Supremo Tribunal Federal decidiu pela inconstitucionalidade das doações de pessoas jurídicas (empresas) para campanhas, argumentando que tal prática pode levar à captura dos políticos pelo poder econômico.

Ao observar que empresários doam altos valores para diversos candidatos, inclusive de diferentes partidos, surgem questionamentos sobre os reais interesses dessas contribuições e os possíveis impactos na atuação desses políticos, caso eleitos.

Operação Lama Asfáltica

A Polícia Federal deflagrou a Operação Lama Asfáltica em 2015, após identificar uma “organização criminosa composta por políticos, funcionários públicos e administradores de empresas contratadas pela Administração Pública”. O esquema funcionou entre 2007 e 2014 na Secretaria de Estado de Obras Públicas e de Transportes.

Uma das notícias mais recentes sobre a operação, divulgada em maio de 2023, relata que os empresários João Roberto Baird e Antonio Celso Cortez tornaram-se réus em uma nova ação oriunda da Lama Asfáltica, acusados de evasão de divisas no valor de R$1,7 milhão.

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