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sexta-feira, maio 17, 2024

A síndrome de Jorge Antônio, que faz da candidatura de Marçal Filho um engodo

Radialista "saiu da toca" no fim de semana para para se insinuar candidato numa padaria

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Uma das pré-candidatas, a deputada Lia Nogueira mexeu uma importante peça no tabuleiro da sucessão municipal neste final de semana. Aliás, conseguiu uma proeza, ao tirar da toca seu colega radialista e também pré-candidato Marçal Filho para uma rápida resenha na padaria por onde segundo o ex-vice-governador Murilo Zauith passa a sucessão municipal. É que raramente o campeão de audiência do rádio deixa o “aquário” de sua 94 FM, onde, diariamente, além de desancar administração do prefeito Alan Guedes, fazendo campanha política antecipada (numa afronta à Justiça Eleitoral), manda seu “alô você” para as “secretárias do lar” que alavancam seu nome nas pesquisas eleitorais nessa fase de pré-campanha.  

Não bastasse sua condição de político “negociável mas não confiável”, como dizia Antônio Tonanni, um de seus muitos mentores no rádio, o que mais pesa contra uma eventual candidatura de Marçal Filho é exatamente sua condição de crítico contumaz de todas as administrações municipais, não apenas a de Alan Guedes. Ou seja, a síndrome de Jorge Antônio, com quem Marçal Filho teve as primeiras lições, já que seu padrinho de batismo e de microfone foi o mais cáustico crítico de políticos no último quarto de século do último milênio.

Melhor que ninguém Marçal Filho tem plena consciência de que nem tudo o que se critica ou se denuncia é possível de se comprovar e, mais, no caso de uma eventual eleição para prefeito, de se realizar. Daí a síndrome de Jorge Antônio, que, tal qual Marçal, popularíssimo por suas críticas à administração João da Câmara, no programa “A Bronca”, acabou se elegendo prefeito, mas como não era do ramo, encontrando uma dificuldade hercúlea para tocar a prefeitura. Por isso, passou à história por apenas duas singelas obras – o muro do cemitério Santo Antônio de Pádua e um abrigo de táxi onde hoje funciona um posto policial no centro da cidade, neste caso, acusado de beneficiar o filho, Jorginho Salomão, proprietário de uma frota desse tipo de veículo de transporte.

Pior que isso é a “capivara” criminal de Marçal Filho, crimes que, mesmo os que estiverem prescritos, não saem da memória do eleitor. São as pegadas deixadas em seus quatro mandatos como deputado federal (dois deles como suplente, dois como titular). Desses crimes, o mais nebuloso o de seu envolvimento e de sua antiga preposta e companheira de alcova, Keliana Fernandes, na Operação Uragano, quando flagrados com a faca no pescoço do então prefeito Ari Artuzi, pedindo dinheiro para um evento particular da emissora. E, o mais comprometedor, que até hoje deixa os caciques políticos com a pulga atrás da orelha, a pedida de alguns milhões para não se candidatar à sucessão do próprio Artuzi: “Sabe que meu negócio é dinheiro, muito dinheiro” –, como está nos autos do processo. Para completar, o vídeo de uma pra lá de explosiva “DR” de elevador com a própria Keliana, pelo que corre à boca pequena, com poder de devastação numa campanha eleitoral maior do que todas as denúncias juntas que implodiram a candidatura do ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad na última eleição para o governo do estado.

A resenha de sábado promovida por Lia Nogueira foi para dar uma força ao colega de profissão, até porque, ela garante, se ele não encarar ela está pronta para o desafio e vai cobrar sua contrapartida. Também, para um contraponto ao ContrapontoMS, depois da notícia de que o deputado Zé Teixeira estaria repensando seu projeto político, retirando o potencial apoio prometido a Marçal, para voltar a ser ele próprio o candidato. Muito mais pelo montante da pedida do radialista que pelos resquícios de denúncias que poderiam comprometer a candidatura dele. Sintomático: convidado, Zé Teixeira não apareceu para posar na foto com Marçal na Pão Dourado.

Marçal Filho aproveitou a audiência das lives da colega radialista agora deputada para, ali também, mandar o seu “alô você”. Embora não se apresentando como candidato, falou de sua “competência” para resolver os problemas de Dourados, mas no fundo, no fundo, para quem compartilha de sua intimidade, seu maior medo é, de verdade, herdar o troféu do padrinho Jorge Antônio. Troféu, aliás, que recentemente por pouco não trocou de posição no ranking que mede os melhores e os piores prefeitos da história.

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