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quinta-feira, março 28, 2024

Lançado pré-candidato, Lula critica privatizações, prega união de democratas e diz não ter desejo de vingança

Apesar de críticas, petista não cita Bolsonaro nominalmente, mas diz ser 'proibido ter medo de provocação, de fake news via zap, Instagram'

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva focou o seu discurso, no ato de lançamento de sua pré-candidatura a presidente da República neste sábado, na defesa da soberania nacional, com críticas às privatizações. Também revelou a sua intenção de unir os democratas e negou ter sentimento de vingança em virtude dos processos que o levaram a passar 580 dias preso entre 2018 e 2019. Numa fala lida, o petista listou programas de sua gestão e disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) destruiu boa parte das suas realizações. 

Apesar das críticas, o adversário não foi citado nominalmente nenhuma vez pelo petista durante o seu discurso. Lula disse ter orgulho de Geraldo Alckmin (PSB) ter aceitado ser vice e se comprometeu a trabalhar para trazer novos apoios para a sua candidatura:

— Queremos unir os democratas de todas as origens e matizes, das mais variadas trajetórias políticas, de todas as classes sociais e de todos os credos religiosos. Para enfrentar e vencer a ameaça totalitária, o ódio, a violência, a discriminação, a exclusão que pesam sobre o nosso país. Queremos construir um movimento cada vez mais amplo de todos os partidos, organizações e pessoas de boa vontade que desejam a volta da paz e da concórdia ao nosso país — discursou.

O ex-presidente se disse ainda perseguido em razão das acusações de corrupção que enfrentou, mas tentou garantir que, caso eleito, não governará olhando para o passado:

— Não esperem de mim ressentimentos, mágoas ou desejos de vingança. Primeiro, porque não nasci para ter ódio, nem mesmo daqueles que me odeiam.  Mas também a tarefa de restaurar a democracia e reconstruir o Brasil exigirá de cada um de nós um compromisso de tempo integral. Não temos tempo a perder odiando quem quer que seja.

De acordo com Lula, Bolsonaro usa as brigas para mascarar a sua incompetência.

— Não faremos jamais como o nosso adversário, que tenta mascarar a sua incompetência brigando o tempo todo com todo mundo.

Lula também fez referência às crises de Bolsonaro com outros Poderes:

— É imperioso que cada um volte a tratar dos assuntos de sua competência. Sem exorbitar, sem extrapolar, sem interferir nas atribuições alheias. Chega de ameaças, chega de suspeições absurdas, chega de chantagens verbais, chega de tensões artificiais. O país precisa de calma e tranquilidade para trabalhar e vencer as dificuldades atuais. E decidirá livremente, no momento que a lei determina, quem deve governá-lo.

Ao final, falando de improviso, Lula conclamou os apoiadores a não terem medo:

— Ninguém pode ter medo de provocação. É proibido ter medo de provocação, de fake news via “zap”, Instagram. Nós vamos vencer essa disputa pela democracia distribuindo sorriso, carinho, amor, paz e criando harmonia.

A fase inicial da fala foi toda dedicada à defesa da soberania nacional. Lula acusou o atual governo de fazer de tudo para entregar a Eletrobras “a toque de caixa e a preço de banana”. Também se colocou contra a venda da BR Distribuidora:

— Defender nossa soberania é defender a Petrobras, que vem sendo desmantelada dia após dia. Colocaram à venda as reservas do pré-sal, entregaram a BR Distribuidora e os gasodutos, interromperam a construção de algumas refinarias e privatizaram outras (…) Nós precisamos fazer com que a Petrobras volte a ser uma grande empresa nacional, uma das maiores do mundo.

O petista ainda citou realizações de seu governo, como o Bolsa Família, o Luz para Todos e o Prouni:

— Tudo o que fizemos e o povo brasileiro conquistou está sendo destruído pelo atual governo. O Brasil voltou ao Mapa da Fome da ONU, de onde havíamos saído em 2014, pela primeira vez na História.

Ao fim de sua fala, Lula fez elogios à ex-presidente Dilma Rousseff, que estava presente no ato. O ex-presidente disse estar feliz que a sua sucessora estava lá.  A plateia aplaudiu com entusiasmo e gritou o nome de Dilma. O ex-presidente afirmou, porém, que a sua sucessora não fará parte de seu governo. Na frase, também citou o ex-ministro José Dirceu:

— As pessoas perguntam: você vai levar a Dilma para o ministério, vai levar o Zé Dirceu? Nem eu vou levar, mas jamais a Dilma caberia no ministério porque a Dilma tem a grandeza de ter sido a primeira mulher a ser presidente do Brasil.

No espaço de eventos, na Zona Norte da capital paulista, os organizadores informaram terem reunido 4 mil pessoas, a maioria deles vestidos de vermelho, cor do PT. Ao fundo do palco, foi exibida uma bandeira do Brasil.

Antes da fala de Lula, a sua noiva, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, apresentou um vídeo com imagens de cantores famosos, como Zélia Duncan, Otto, Lenine, Martinho da Vila e Maria Rita, cantando jingle da campanha do petista de 1989. Segundo Janja, esse era o seu presente de casamento. Eles vão oficializar a união no próximo dia 18. (Sérgio Roxo/O Globo).

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