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sábado, novembro 23, 2024

Morte de Eduardo Campos completa 10 anos sem resolução do caso

Então candidato à Presidência da República morreu em 13 de agosto de 2014 durante queda de um jatinho em Santos (SP). Data ocorre poucos dias após outra queda de avião no país

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A trágica morte de Eduardo Campos (PSB-PE) em uma queda de avião, durante campanha eleitoral para a presidência da República, completa dez anos nesta terça-feira (13/8). A aeronave caiu em Santos (SP) e até agora não há resolução para a causa do acidente. 

O ex-governador de Pernambuco saiu do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, para um compromisso no Guarujá (SP). No meio do trajeto, o jato particular modelo Cessna 560XL bimotor caiu próximo ao Canal 3, bairro nobre de Santos, sobre uma academia de ginástica. Além dele, estavam a bordo da aeronave a equipe de assessores de imprensa composta por Pedro Valadares, Carlos Augusto Percol, Marcelo Lira, Alexandre Severo, Marcos Martins e Geraldo da Cunha.

Quatro hipóteses foram investigadas como possíveis causas do acidente: a colisão com um elemento externo; desorientação espacial dos tripulantes; falha do profundor (peça da cauda que faz os movimentos para cima ou para baixo) e falha do compensador do profundor.

No entanto, o Ministério Público Federal (MPF) arquivou a investigação que apurava as causas do acidente em 2019. Anteriormente, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira (FAB) e a Polícia Federal também apresentaram relatórios sobre o caso, confirmando as hipóteses, mas sem concluir qual delas foi o motivo da queda da aeronave.

O MPF também deixou a resolução em aberto. Segundo o órgão público, não foi possível definir as razões do acidente devido à falta ou ao não funcionamento de alguns equipamentos na cabine de comando do avião. O gravador de vozes, que poderia ter registrado os diálogos do piloto e copiloto, não estava funcionando. De acordo com os procuradores, o equipamento é obrigatório para aeronaves do tipo, mas o dispositivo tinha feito o último registro em janeiro de 2013, mais de um ano antes da queda. 

À época, foi afastado também, pelo MPF, a hipótese de responsabilização criminal. No entanto, a família do político já afirmou reiteradas vezes que a morte do então candidato à presidência foi provocada por alguém. No ano passado, o irmão Antônio Campos entrou com um pedido de reabertura da investigação.

“Estaremos, no próximo dia 13 de agosto, quando completa 9 anos do falecimento do ex-governador Eduardo Campos, meu único irmão, solicitando a reabertura do inquérito policial que investigou a morte do ex-governador e outros companheiros, cujo relatório do inquérito policial foi inconclusivo, trazendo provas novas, como também mostrando as deficiências do inquérito policial anterior e o do CENIPA, conforme permite a legislação penal”, disse Campos. 

O pedido, no entanto, foi negado em abril deste ano pelo juiz Roberto Lemos dos Santos Filho, da 5ª Vara Federal Criminal de Santos (SP). Segundo o magistrado, não há “quaisquer elementos que venham a alterar o panorama” já investigado sobre o caso.

Queda de avião da Voepass

Na mesma época da queda do avião que marcou as eleições de 2014 no país, outro acidente com aeronave, de ainda maior magnitude, foi registrado na última sexta-feira (6/8). A aeronave da Voepass, que partiu de Cascavel (PR) e seguiria até Guarulhos (SP), caiu em um condomínio residencial em Vinhedo (SP) e deixou 62 mortos. 

Até o momento, a Cenipa, a Polícia Civil e a Polícia Federal realizam a investigação da causa do acidente. Um relatório preliminar deve ser emitido em até 30 dias. As hipóteses estudadas são de falta de manutenção do avião e falha no sistema de descongelamento das asas dele. 

Mayara Souto/Correio Braziliense

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