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sexta-feira, dezembro 5, 2025

Projeto Sucuriú mobilizará 60 mil carretas em uma das maiores operações logísticas do país

Megainvestimento da Arauco em Inocência (MS) exigirá uma operação logística inédita, envolvendo portos, rodovias e mais de 60 mil cargas até a conclusão da maior fábrica de celulose do mundo

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O Projeto Sucuriú, megainvestimento da Arauco no município de Inocência (MS), está mobilizando uma das maiores operações logísticas já realizadas no Brasil. A construção da nova fábrica, que será a maior produtora de celulose do mundo quando entrar em operação, demandará o transporte de cerca de 60 mil carretas ao longo de todo o cronograma da obra, um número sem precedentes para um único empreendimento industrial no país. Com mais de R$ 25 bilhões em investimentos, o projeto é considerado o maior da história do Mato Grosso do Sul e terá capacidade para produzir 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano, com previsão de início das operações no final de 2027. Durante a construção, mais de 14 mil empregos serão gerados e, após a conclusão, cerca de 6 mil postos diretos e indiretos serão mantidos nas áreas industrial, florestal e logística.

A logística do empreendimento é coordenada pela Valmet, empresa responsável pelos equipamentos e tecnologias da planta, e envolve uma cadeia global que abrange 18 países em três continentes, como China, Finlândia, Alemanha, Índia, Japão, Estados Unidos e Vietnã. A distribuição das cargas pelo modal marítimo será feita principalmente pelos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR). O porto paulista receberá cargas específicas, como o gigantesco “balão da caldeira”, enquanto Paranaguá concentrará a maior parte dos equipamentos especializados. A partir daí, as carretas seguem pelas rodovias federais e estaduais do país até Inocência, em transportes que exigem escoltas, intervenções estruturais e planejamento detalhado devido ao tamanho e peso das cargas.

Projeto Sucuriú mobilizará 60 mil carretas em uma das maiores operações logísticas do país
Canteiro de obras da maior fábrica de celulose do mundo, em Inocência, na região do Bolsão do MS – foto: PERFIL NEWS

Só na fase inicial da obra, mais de 4 mil veículos já estão envolvidos no transporte, número que deve chegar a 12 mil carretas até junho do próximo ano. Ao final da execução, serão mais de 60 mil carretas realizando o trajeto entre os portos, fornecedores e o canteiro de obras. Entre as peças superdimensionadas que chamam atenção está o “balão da caldeira”, com 28 metros de comprimento, seção de 3 por 3 metros e peso de 318 toneladas — ultrapassando 500 toneladas no conjunto transportado. Cada movimentação dessa magnitude exige análises estruturais de pontes, remoção de sinalização, desvios temporários e forte apoio institucional.

O volume total de materiais movimentados reflete a grandiosidade do empreendimento: são cerca de 20 mil toneladas de estruturas metálicas (25% já entregues), 6 mil toneladas de tanques industriais (com metade já recebida) e outras 6 mil toneladas de tubulações, das quais mil toneladas já chegaram ao canteiro. Além disso, a previsão inclui cerca de 3 mil contêineres e 1.100 cargas break-bulk. O pico de entregas deve ocorrer entre janeiro e maio do próximo ano, com uma média de 400 cargas por mês. Para garantir a segurança de toda a operação, há ações coordenadas com a Polícia Rodoviária Federal, DNIT, concessionárias de rodovias e prefeituras, envolvendo escoltas, reforço de pontes, ajustes temporários na infraestrutura e controle de tráfego.

A logística também adota práticas sustentáveis para reduzir impactos ambientais. As frotas utilizadas contam com motores Euro 6, menos poluentes; parte dos caminhões tem painéis solares que diminuem o tempo com motor ligado; e operadores especializados em transporte de baixo impacto ambiental foram contratados para a operação.

Com essa mobilização monumental, o Projeto Sucuriú coloca Inocência definitivamente no mapa global da celulose, impulsiona a economia regional e reforça o papel do Brasil como líder mundial no setor. A travessia das estruturas gigantes por estradas, pontes e portos do país revela não apenas a dimensão do empreendimento, mas também a engenharia sofisticada e o grau de coordenação necessários para viabilizar a maior fábrica de celulose do planeta.

Com Ricardo Ojeda, do PERFIL NEWS

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