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quinta-feira, abril 25, 2024

A grande interrogação da sucessão de Azambuja

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Voltando à questão do usual abuso do ponto de interrogação, hoje não apenas em títulos, mas também ao longo dos textos jornalísticos. Neste caso, interrogação necessária para o melhor entendimento da última manchete – “Azambuja manda Murilo sair da toca” – da coluna “Bastidores”. Além da falta de interrogação, no título, e de um verbo – mandar – forte, antes, a falta da conjugação correta do verbo sair, já que o governador teria apelado, como na linguagem do telemarketing, para o famigerado gerúndio, fazendo uma pergunta – “saindo da toca?” –  e não uma afirmação, o que faz toda a diferença no contexto da pré-campanha eleitoral.  

Como se vê, Reinaldo Azambuja não “mandou” seu vice-governador “sair da toca” ou apenas sugeriu, em forma de indagação. Pode até parecer uma idiotice esse tipo de abordagem, diante da importância do tema. Mas a verdade é que tão logo o texto foi pro ar e lá estavam as reclamações e ponderações no zap zap do insubordinado blogueiro. Acompanhadas da versão exata do que Azambuja teria dito a seu vice durante encontro relâmpago na posse dos novos desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado. Menos mal que o governador tenha, também, recorrido à uma interrogação para sair da momentânea saia justa.

…será que, uma vez assumindo o governo, Murilo Zauith viria com a faca nos dentes, para um acerto de contas?

“Saindo da toca? ”. Conferida e checada com quem fungava no cangote de Zauith, a frase só faz aumentar o constrangimento do encontro. Mais para Azambuja, porque foi um dos poucos a não visitar seu vice após a alta do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, depois de oito meses de internação, com Covid. Daí as consequências, para o processo eleitoral, este “saindo da toca”, independentemente do ponto usado para fechar frase. Sendo mesmo de interrogação, pode ter significado uma mistura de espanto com felicidade, pela recuperação de alguém que esteve à beira da morte; interrogação acompanhada de exclamação, uma preocupação pelo que pode representar o retorno de Zauith ao cenário político, para os planos de Azambuja.

Superado o primeiro ponto da questão e quebrado o gelo pelo reencontro as coisas podem voltar a fluir “naturalmente”, embora todos estejam correndo contra o relógio, exceção a Zauith, que a tudo assiste confortavelmente de camarote. E o primeiro prazo fatal do calendário eleitoral é o que tira o sono de Azambuja. É que ele só tem este mês entrante para decidir o que fazer da vida. Mais, com Eduardo Riedel, outro personagem central do processo, à tiracolo. E tudo isso depende da saúde e, principalmente, do humor de Murilo Zauith. Entre outras coisas, porque ele é, constitucionalmente, o primeiro na linha de sucessória.

Entre as muitas dessas interrogações de Reinaldo Azambuja, uma de ordem prática: será que, uma vez assumindo o governo, Murilo Zauith viria com a faca nos dentes, para um acerto de contas? Interrogação que teria um agravante menos pelas sequelas da Covid no corpo do que na mente de Zauith, mas principalmente pelo o “pratrasmente” (como dizia o antológico prefeito Odorico Paraguaçu, da fictícia Sucupira), quando não apenas ele foi demitido da poderosa secretaria de Infraestrutura, como boa parte de seu time.

Assim, com esta pulga atrás da orelha, Reinaldo Azambuja tem exatos trinta dias para decidir seu futuro – ficar governador até o final, como vem “ameaçando”, deixando Murilo e seu time apenas com a sede da vingança, mas aí precisando colocar o coração no bico da chuteira para marcar seu gol de placa, elegendo Eduardo Riedel seu sucessor; renunciando e correndo todos os riscos eleitorais de sua sucessão, mas ganhando uma sobrevida como deputado federal ou senador; por fim, o que é visto como o acerto com o capeta, bancar a candidatura Riedel apenas para manter a dignidade, mas avaliando a quem entregar a rapadura, por ordem alfabética, a André Puccinelli, Marquinhos Trad, Rose Modesto ou até a Zeca do PT!

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